“O SJ está preocupado com o impacto editorial e laboral do negócio da compra da Media Capital pela Cofina, sobre o qual nem a Autoridade da Concorrência, nem a Entidade Reguladora para a Comunicação Social se pronunciaram ainda”, lê-se no comunicado.
De acordo com o SJ, a administração da Cofina salientou, durante a reunião, que “o negócio ainda não está feito e garantiu desconhecer que efeitos práticos e que formas este poderá assumir”, escusando-se ainda a fazer comentários sobre os eventuais efeitos na pluralidade, que preocupam aquela estrutura sindical, uma vez que “por norma, e lamentavelmente, este tipo de fusões tem-se traduzido em cortes de pessoal e emagrecimento de redações”.
Já a administração da Media Capital, grupo que detém a TVI e a Rádio Comercial, disse, segundo o SJ, que não está disponível para prestar esclarecimentos “no sentido de antecipar o impacto laboral de uma eventual fusão e de proteger os direitos dos jornalistas”.
Em 21 de setembro, a Cofina anunciou que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, valorizando a empresa ('enterprise value') em 255 milhões de euros.
A Cofina, empresa liderada por Paulo Fernandes, espera que a compra da Media Capital resulte em sinergias de 46 milhões de euros.
Além disso, o grupo dono do Correio da Manhã estima que a compra esteja concluída no primeiro semestre de 2020.
A transação está sujeita a certas condições, em particular a aprovação dos reguladores e a realização de um aumento de capital da Cofina
No dia 01 de outubro, a Cofina anunciou que tem perspetivado um aumento de capital de 85 milhões de euros, destinado ao financiamento parcial da compra da participação da Prisa na Media Capital.
A Cofina espera financiar a operação de compra com 220 milhões de euros de dívida ('debt financing') e 85 milhões de euros do aumento capital.
Segundo a empresa, 50 milhões de euros de fundos captados serão utilizados para pagar os custos da transação e refinanciar a dívida líquida da Cofina.
Além disso, metade do aumento de capital será garantido pelos acionistas principais.
Assim, o núcleo ‘duro’ acionista da Cofina "irá manter mais de 50% do capital [da empresa] depois do aumento do capital", segundo uma apresentação da operação aos investidores a que a Lusa teve acesso na semana passada.
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