O Cinemic viu a primeira temporada e sentimos algo muito errado nesta série de aventuras: se algo pode correr mal, contem com isso, vai correr mal! Mas como é direcionada às famílias, o humor ligeiro e o espírito competitivo entre pais e os três irmãos prevalece em qualquer ponto de crise... deixando de lado o medo e a iminência do desastre.
Avançando na narrativa à base de mini-missões, escapes no último minuto e intrigas leves, os Robinson são colocados à prova enquanto uma família de Macgyvers, ávidos de conhecimento, sempre com a crença de que qualquer problema tem de ter uma solução.
Mas com um conceito de análise à humanidade que procura um novo mundo, "Perdidos no Espaço" estupidifica um pouco as personagens, deixando-as à deriva na ingenuidade. Quando encontram vida alienígena na presença de um Robot, (uma figura polimorfa demasiado parecida com os Lurcher do videojogo "Elders Scroll") não se questionam das suas verdadeiras intenções. Dão-lhe até margem para construir uma relação à "Iron Giant", com o seu filho Will Robinson.
Molly Parker (a mãe Maureen Robinson) e Parker Posey (Dr.Smith, sobrevivente de outra nave, com vários segredos) são as figuras de proa no ensemble de representação, bem apoiadas pelos atores adolescentes, (algo refrescante num ambiente sci-fi).
Realizada por Neil Marshall, conhecido pelo fulgor dos filmes de culto "A Descida" e "Doomsday - Juízo Final", é um veículo de milhões nos efeitos especiais, onde a teia de sub-narrativas promete adensar-se e parece que "Perdidos no Espaço" pode mesmo ser um "Lost - Perdidos" (J.J. Abraams) no espaço. Mas de espírito positivo.
Como qualquer roupagem Netflix (já são tantas as produções, que se pode "netflixar" um género), este novo produto de binge-watching está aqui para entreter no seu âmago retro que mistura jungle e sci-fi.
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