Aos 41 anos, a atriz norte-americana conta-nos como está na melhor fase da carreira nesta altura, com muitos projetos e como se mantém em contacto com o elenco de "American Pie", já que ficaram bons amigos. Tara Reid tem ainda um novo projeto, um filme sobre bullying, onde é produtora executiva.

Olá, Tara, sou o João, de Portugal...

Olá! De Portugal, boa! Já aí estive com a minha amiga Shannon Elizabeth, de "American Pie", em 2015 e adorei o país, é fantástico.

Esteve na Comic Con, no Porto, certo?

Sim e foi uma passagem breve mas fiquei surpreendida, não conhecia bem e é de facto antigo e bonito.

Sobre o "Sharknado", ficou surpreendida com o sucesso da saga que já vai no quinto filme desde 2013?

Sem dúvida, não fazíamos a mínima ideia que se iria tornar num fenómeno desta magnitude, com tanta gente a nível global a adorar o conceito. Eu estou na saga desde o início, fiz os cinco filmes, e no início nunca tivemos noção que ia ser tão popular e chegar em tão pouco tempo a tantos filmes.

Porque acha que se tornou tão bem sucedido?

Na sociedade atual temos tanto drama e caos a acontecer, que este tipo de filmes tiram-nos dessa realidade. É um filme que não se leva a sério, é tolo e aquele estilo do ‘é tão mau que é bom’, que acaba por haver muita gente a vê-los e a seguir a história, porque são divertidos. E nós adoramos fazer estes filmes. Ser louco faz parte da beleza do Sharknado. É tão tonto ver tubarões a voarem pelo céu e a comerem pessoas. Há um novo filme todos os anos e as pessoas ficam na expetativa para ver o que inventamos todos os anos. Há festas temáticas do "Sharknado" e não é só fenómeno nos Estados Unidos, pessoas de todo o mundo ficaram presas ao filme, tornou-se num fenómeno global contra todas as previsões.

O novo filme tenta agradar a esse público global, ao passar por tantos sítios?

Sem dúvida, é a resposta a essa popularidade. Por isso é que este filme mostra os tubarões voadoras em tantas cidades diferentes do planeta. Neste quinto filme subimos de nível inclusive de produção, de forma a que os fãs possam ver a aventura mais perto da sua realidade.

Tem alguma cena favorita no meio das várias cenas loucas destes cinco filmes de "Sharknado"?

Boa pergunta, são tantas que é difícil escolher. A minha personagem, a April, mudou bastante e agora neste filme é agora uma espécie de super heroína, é metade humana e metade robot, tem poderes como voar, e força incrível. Talvez o que achei mais piada foi a forma como ela consegue segurar um helicóptero no ar. Ao mesmo tempo preocupa-se com a sua família e tenta salvá-los e, além disso, tenta salvar o mundo. Quantas pessoas podem dizer isso da sua personagem (risos).

Trabalhar com tanto CGI nestes filmes de tubarões voadores é desafiante?

Sim, porque temos de ser incrivelmente imaginativos para que funcione. E não sabemos como ficou até vermos o produto finalizado. Não temos ideia do aspeto final e cada "Sharknado" fica mais arrojado e louco.

O "Sharknado" tem um elenco com pessoas conhecidas, como Ian Ziering [um dos protagonistas de "Beverly Hills 90210"]. Com quem mais gostou de contracenar?

Comecei tudo isto ao lado do Ian Ziering e damo-nos muito bem em gravações e fora delas. Ele é o meu favorito. Temos tido sorte por trabalharmos todos os anos desde 2012 juntos, porque tornámo-nos bons amigos. 

Ele tornou-se conhecido nos anos 1990 na televisão, com "Beverly Hills 90210", e a Tara no cinema, com o American Pie. Ambos um sucesso global. Falam nesse tipo de fama que ambos alcançaram? Que tipo de vantagens e desvantagens essa fama adolescente vos deu até hoje?

Claro que há desvantagens, relacionadas com a fama, o julgamento e o excesso de atenção. Mas tenho tido sorte. A sensação global que o "American Pie" foi na altura é algo raro e que já não se vê muito hoje em dia. Ainda agora, em 2017, 18 anos depois, há tanta gente a vir ter comigo e falar que o American Pie foi tão importante nas suas vidas, mesmo sendo uma comédia adolescente. Tenho tido sorte em participar em filmes de culto, como o "American Pie" ou mesmo "O Grande Lebowski", mas nunca sabemos quando estamos a gravar, que vai atingir esta importância. Mas tem sido tão divertido participar nestes filmes diferentes e ver que afetam tanta gente. No caso do "Sharknado" é mais o público jovem que vem ter comigo entusiasmado e muitos só me conhecem desta nova saga. Também é importante fazer filmes que divirtam as pessoas. Hoje é tudo tão sério e este tipo de saga é um escape curioso.

Na sua carreira tem tido alguma diversidade, participou inclusive no "O Grande Lebowski" (1998) e no "Estranhas Ligações" (1999). Tem um filme preferido, ou que a orgulhe mais e não seja propriamente o mais falado pelos fãs?

Fiz tantos filmes, já vou em qualquer coisa como 56 filmes. Tantas experiências diferentes que é difícil escolher. Há um pedaço de quase todos os filmes que fiz que adoro e levo comigo. Aprendi com as várias personagens e a maior parte são bem diferentes de mim. Estes filmes e personagens acabam por moldar a pessoa que somos hoje em dia, passado tanto tempo. Nunca teria aprendido a tocar bateria se não tivesse feito o "Josie and the Pussycats" (2001), por exemplo. Os filmes e personagens ajudam-me a criar novos hábitos e novos hobbies e é uma boa profissão que me tem tratado bem.

E ainda se dá bem com os colegas dos tempos do "American Pie", ainda se juntam ocasionalmente? Levou amigos?

Sim, sem dúvida. Somos todos amigos. Não estamos sempre juntos mas vemo-nos com frequência em eventos e cerimónias e não só nós gostamos de nos rever como as pessoas ficam entusiasmadas. E muitos de nós vive em Hollywood, que é uma cidade pequena, por isso encontramo-nos de vez em quando. E há uma certa nostalgia. Começámos juntos nesta aventura de ser ator e nunca nos esquecemos daquelas primeiras relações.

A nível de futuro, tem muito projetos a decorrer, quais são os próximos? É uma boa fase na carreira?

Tenho muitos, felizmente. A minha carreira está a ter toda uma segunda oportunidade nos últimos anos e já faço papéis de mãe, de mulher mais velha, que começou com o primeiro "Sharknado" [2013]. Era o que eu estava a precisar e, assim, mostro um outro lado de mim! Quando um ator trabalha a vida é boa, quando não temos nada começamos a ficar loucos. Já em setembro estreia [nos Estados Unidos], um filme sobre bullying (eu faço da pessoa que é bully), chamado "Worthless", que é um thriller bem intenso sobre o poder do bullying numa pessoa – este foi um dos papéis mais desafiantes que fiz, ainda para mais o meu pai estava a morrer na altura em que o gravei, não foi fácil.

Já foi alvo de bullying alguma vez?

Tenho a sensação que isso é uma grande parte do que é Hollywood e também do mundo em geral e quando somos famosos há formas bizarras de bullying que, se não tivermos a cabeça no lugar certo, nos afetam muito. Quando li o guião deste "Worthless" identifiquei-me com muito do que acontece ali e até procurei envolver-me na ajuda a vítimas de bullying. Até sou produtora executiva do filme.

Mas tem mais filmes na calha, certo?

Sim! Há outro de terror que até é divertido, chamado "Party Bus to Hell", sobre um autocarro a caminho do Burning Man. Há outro também divertido e tonto chamado "Trailer Park Shark", novamente com tubarões. Tenho outro thriller mais sério, chamado "Bleach", com o Eric Roberts. Por isso tem sido um ano repleto de trabalho, tem sido ótimo.

Há algum género ou tipo de filme que gostasse de fazer e ainda não fez?

Sim, sem dúvida. Há tantas coisas diferentes que quero fazer. Histórias diferentes, personagens improváveis que gostava de explorar. Mas tenho-me focado no presente, porque o presente tem sido tão bom para mim. Tento aproveitar esta montanha russa de carreira que tenho tido e me tem trazido tanta felicidade e criatividade. E estou a gostar da viagem.

Voltando ao "Sharknado", acha que podem existir mais filmes na saga?

Sem dúvida. Desde que continue a haver interesse do público, nós vamos continuar a fazê-los. O público manda.

Há mais gente a falar-lhe na rua sobre o "Sharknado" ou o "American Pie"?

Hoje é "Sharknado" por causa dos miúdos. Os graúdos são mais tímidos, os miúdos e adolescentes vêm logo ter comigo e a maioria só me conhece do "Sharknado", por isso tem sido uma lufada de ar fresco na minha carreira. É curioso como muitas vezes os filhos falam-me no "Sharknado" e, depois, os pais, falam no American Pie.

Entrevista: João Tomé

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