O regulador dos media abriu um processo contra a RTP há mais de dois meses, depois de no Telejornal de 7 de outubro o jornalista ter feito uma referência no feminino quando falava do deputado eleito pelo PS Alexandre Quintanilha, a quem foram apresentadas desculpas.

Na altura, José Rodrigues dos Santos aludiu ao deputado mais velho, de 70 anos, referindo que foi "eleito ou eleita" pelo PS.

Questionada pela Lusa sobre a razão da demora do fecho do processo, fonte oficial da Entidade Reguladora para a Comunicação Social voltou a referir que "o processo encontra-se em fase de conclusão".

"A ERC adotará uma deliberação sobre este caso nas próximas semanas", acrescentou.

Questionada pela Lusa sobre o mesmo assunto no final de novembro, fonte oficial do regulador tinha afirmado que "o processo de averiguações aberto pela ERC contra a RTP1 devido à notícia do Telejornal de 07 de outubro, sobre os novos deputados, eleitos a 4 de outubro de 2015”, encontrava-se “em fase de conclusão".

A 26 de outubro, o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas (CDSJ) considerou tratar-se de "um lapso" resultante "de erros processuais" a referência feita pelo jornalista, depois de ter recebido uma queixa sobre o tema.

"O CDSJ conclui que, de acordo com as explicações apresentadas por José Rodrigues dos Santos, se está perante um lapso, que embora lamentável, resulta de erros processuais decorrentes da evolução do alinhamento do noticiário em causa", de acordo com a deliberação divulgada há um mês.

"Pelo que se delibera que não pode ser incutida a José Rodrigues dos Santos qualquer intenção de fazer uma discriminação de caráter homofóbico ao deputado Alexandre Quintanilha", acrescentou o CDSJ.

A 21 de outubro, o secretariado da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) considerou tratar-se de "um erro involuntário e induzido", depois de ter ouvido o jornalista.

A polémica levou a que a ERC tenha aberto um processo contra a RTP, explicando que tal se devia "a indícios de violação de direitos fundamentais dos cidadãos".

Por outro lado, o presidente do regulador dos media, Carlos Magno, não subscreveu a abertura do processo por considerar que este não iria trazer "nada de novo".