O abaixo-assinado, a que a agência Lusa teve acesso, foi enviado ao primeiro-ministro, ao ministro da Cultura, ao presidente do Conselho de Administração da RTP e ao presidente do Conselho Geral Independente da empresa pública de rádio e televisão.

"Enquanto cidadãos interessados na coisa pública, enquanto profissionais e espectadores, pedimos explicações. A que se deve esta decisão? A explicação dada no comunicado [de 25 de janeiro] não nos esclarece. Queremos entender o porquê e perceber a razão. Conhecem alguém mais competente para este cargo do que Nuno Artur Silva? Nós, não", lê-se na carta aberta.

O documento é assinado por mais de 200 pessoas, entre as quais Aida Tavares, diretora artística do Teatro Municipal São Luiz, o encenador Jorge Silva Melo, a historiadora Irene Flunsel Pimentel, o fadista Camané, o músico José Mário Branco, o cantor Salvador Sobral, a atriz Lia Gama, o escritor José Eduardo Agualusa, o dramaturgo José Maria Vieira Mendes, a artista plástica Fernanda Fragateiro, o argumentista Nuno Markl, o realizador Marco Martins.

"Consideramos este processo muito estranho e fazemos aqui um pedido de esclarecimento ao Conselho Geral Independente. Queremos saber o que se passou", afirmou Aida Tavares à agência Lusa.

O abaixo-assinado inclui ainda, entre outros, o deputado do PS João Galamba, o advogado e antigo ministro da Cultura José António Pinto Ribeiro, Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, o historiador e comentador Rui Tavares e o advogado Ricardo Sá Fernandes.

Em causa está a decisão do Conselho Geral Independente (CGI) da RTP, de 25 de janeiro, de não recondução de Nuno Artur Silva e Cristina Vaz Tomé do conselho de administração da RTP.

O CGI, órgão que supervisiona a administração da estação pública, apenas reconduziu Gonçalo Reis na presidência da RTP, para o triénio 2018-2020.

Em comunicado, o CGI afirmou que a continuidade de Nuno Artur Silva na RTP era "incompatível com a irresolução do conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados, cuja manutenção não é aceitável".

Apesar desse conflito de interesses, o CGI, "no âmbito das suas funções de supervisão e fiscalização", não verificou "que isso tenha sido lesivo da empresa, no decurso do seu mandato".

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