O canal Panda Biggs cortou um beijo homossexual entre duas personagens da série de animação "Sailor Moon Crystal". Na história, Haruka e Michiru são namoradas e não primas, como aconteceu em algumas das versões internacionais da produção.

De acordo com a deliberação da Entidade Reguladora Para a Comunicação Social (ERC), no final de 2016, foram apresentadas quatro participações contra o serviço de programas Panda Biggs, relacionadas com a transmissão da série “Sailor Moon Crystal 3”. A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género também submeteu uma participação à ERC.

"Os participantes afirmam que o referido serviço de programas censurou uma cena de um beijo entre duas personagens de género feminino, nos episódios 29 e 30, bem como todas as cenas onde se fala de identidade de género de uma das personagens, nos episódios 31 e 33", explica a entidade.

Nas participações apresentadas é frisado que o canal, "aparentemente, guia-se pela invisibilidade de expressões afetivas não-normativas". "Existem cenas de assédio sexual em que uma personagem masculina força o beijo a uma personalidade feminina. Estas cenas são transmitidas sem qualquer pudor sobre o público-alvo. Por isso, afirma um dos participantes, só pode deduzir que 'se trata de um ato discriminatório com base na orientação sexual»'", pode ler-se na introdução deliberação.

Depois da análise, a ERC entendeu que não existe qualquer apelo à discriminação, arquivando o processo: "tendo analisado várias participações contra o serviço de programas Panda Biggs, por ter cortado cenas que supostamente abordariam as temáticas da homossexualidade e transgénero na terceira temporada da série “Sailor Moon Crystal”, verificando que não resulta da situação em apreço algum apelo à discriminação em razão da orientação sexual, ou alguma uma forma de veicular má informação para o público telespectador, no caso concreto constituído designadamente por crianças e adolescentes, o Conselho Regulador determina que o procedimento seja arquivado".

Segundo a entidade, a diretora do canal Panda Biggs afirma "que cortou as cenas supra referidas por considerar que poderiam não ter o melhor acolhimento por parte do seu público-alvo, crianças dos 8 aos 14 anos, e que o fez no âmbito da sua liberdade editorial".

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