No início de março, Ruy de Carvalho comemorou 90 anos de vida e 75 de carreira numa festa no Casino Estoril. Um dos convidados do evento foi Carlos Cruz, que teve na gala o seu primeiro papel enquanto apresentador desde que saiu do Estabelecimento Prisional da Carregueira, em Sintra, em julho do ano passado.

A cerimónia teve o apoio da RTP1, cuja transmissão estava agendada para o mês de março. Porém, a participação de Carlos Cruz gerou alguma discussão no Conselho Geral Independente (CGI) da emissora, sendo adiada a exibição da gala.

"A RTP1 transmitirá a campanha da Seleção Portuguesa no Campeonato do Mundo de Futebol de Praia. O sorteio da competição, que decorrerá nas Bahamas, ditou que um dos jogos (Portugal-Paraguai) fosse marcado para as 22h00 de domingo, dia 30 de abril", explica o canal, segundo o Jornal de Notícias, acrescentando que a transmissão da cerimónia foi adiada apenas por "compromissos de programação que entretanto surgiram" e que obrigaram "a um reescalonamento da emissão do programa "Got Talent Portugal".

Segundo o Expresso, Daniel Deusdado, diretor de programas da RTP, confirmou que a presença de Carlos Cruz gerou incómodo. "As notícias eram falsas, nunca me passou pela cabeça convidá-lo", frisou.

Carlos Cruz participa ainda no documentário que revisita seis décadas de televisão em Portugal, a propósito do aniversário de 60 anos da RTP, que conta também com Simone de Oliveira, Herman José, Maria Elisa, Catarina Furtado e Júlio Isidro.

A carreira televisiva de Carlos Cruz foi interrompida quando o antigo apresentador se viu envolvido no processo de abuso sexual de menores da Casa Pia, em 2003, que levou à sua condenação e detenção.

No ano passado, o "Senhor Televisão" editou o livro "Uma Vida", que sucede a "Preso 327" (2004) e "Inocente para Além de Qualquer Dúvida" (2012).