De acordo com o documento elaborado pelos administradores indigitados - Gonçalo Reis, Nuno Artur Silva e Cristina Vaz Tomé -, a RTP1 deve ter uma "vocação e ambição generalista, transversal, 'mainstream'", adiantando que deverá incluir "um grande espaço dedicado à programação infantil", além dos "grandes espaços de informação, institucionais, debates, entretenimento, desporto", entre outros.

No documento, de 18 páginas, a futura administração, que vai substituir a equipa de Alberto da Ponte na RTP, considera que a RTP2 deverá ser um canal alternativo e de perfil cultural, "com programação temática e particularmente aberta à inovação, que faça também a cobertura do desporto amador, e que contemple de forma criativa o cumprimento das obrigações com minorias, etnias e religiões".

Já em relação à RTP Informação, esta deverá ter uma "forte incidência regional e local, com informação especializada em temáticas específicas, como por exemplo economia, cultura, Europa, entre outras", lê-se no documento.

Em relação à RTP Madeira e RTP Açores, deverão ter "serviços de programas com enfoque regional", sendo dado "estímulo à produção local através dos respetivos centros de produção".

No que respeita à RTP Internacional, os futuros administradores apontam um "serviço de programas com o melhor da produção audiovisual portuguesa, quer na informação, nos programas, documentários, séries, filmes e, particularmente, na promoção e difusão da música portuguesa".

Além disso, "deverá ter serviços de legendagem e ser um serviço de programas de Portugal para o mundo, aberto a uma política de coproduções com os outros países de língua portuguesa", sendo que a RTP África está vocacionada para o continente africano, "com uma componente informativa relevante e articulação com as delegações da RTP em países de língua portuguesa".

No caso da RTP Memória, esta deve ter um serviço de programas "com a missão de divulgação do acervo arquivístico da RTP".

No entanto, "a revisitação do passado deve ser feita com ligação ao nosso tempo, à contemporaneidade, estimulando a confrontação com o presente de forma criativa".

Em termos de produção, "a RTP deverá produzir internamente (nos seus estúdios de Lisboa, Porto e outros) a informação, o fluxo do 'daytime' e a cobertura de eventos", adiantam no documento, referindo que para a restante produção "deverá ser equacionado o recurso a produção externa de produtores independentes diversificados".

A RTP "deverá privilegiar de forma evidente a contratação de produção independente de sotck, original e em português, e posicionar-se como coprodutora ou programadora dessa produção, devendo ser uma referência no respeito pelos direitos de autor em todos os contratos a celebrar".

Deve ainda "estimular o desenvolvimento de uma indústria audiovisual nacional, com ambição de internacionalização, baseada na produção independente".

Na rádio, apontam como tendência o reforço da universalidade da Antena 1, "procurando rejuvenescer o seu público de forma a chegar mais a todas as camadas da população, procurando reforçar o peso informativo e de debates".

Para a Antena 2, além do reforço da componente cultural, apontam o aumento da oferta de programas de autor, e para a Antena 3 defendem que esta deve transformar-se numa "rádio assumidamente jovem, irreverente, criativa e com fortes componentes de inovação, experimentalismo nas áreas da música e humor, entre outras", considerando que "tem que ser a rádio da cultura POP".

A inclusão de rúbricas para o público infantil na RTP é outra das orientações previstas no Projeto Estratégico.

"Ter presente que a RTP deve ser um operador de referência não apenas nos meios de televisão em aberto e rádio, mas também nas plataformas online e mobile, nas redes sociais, a TDT e no universo dos novos media em geral, é fundamental para assegurar a atratividade do operador público junto dos segmentos mais jovens e dinâmicos, urbanos e também junto dos emigrantes; ser ativo nestas áreas é um requisito chave para garantir a relevância da RTP numa lógica de futuro", adiantam.

@Lusa