“O Festival Eurovisão da Canção é um evento cultural não-político. No entanto, a EBU está preocupada com o que se passa na Ucrânia e continuará a acompanhar de perto a situação”, refere a União Europeia de Radiodifusão (EBU), numa declaração enviada à emissora de rádio pública norte-americana NPR.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

Na quarta-feira, a emissora pública da Ucrânia, numa carta aberta, apelou à EBU para que exclua a estação pública da Rússia da União Europeia de Radiodifusão, apelidando-a de “porta-voz do Kremlin e uma peça chave da propaganda politica financiada pelo Orçamento do Estado russo”.

Na mesma carta, a UA:PBC pede que a Rússia seja excluída do 66.º Festival Eurovisão da Canção.

Hoje, a emissora AVROTROS, dos Países Baixos, coorganizadora do Festival Eurovisão da Canção no ano passado, fez um apelo semelhante ao da UA:PBC.

A AVROTROS, numa publicação partilhada na conta oficial da emissora no Twitter, apela à suspensão da Rússia como membro da EBU, “com efeito imediato”.

“Como consequência, a Rússia não poderia participar no Festival Eurovisão da Canção em Turim, em 2022”, lê-se na publicação, na qual a AVROTROS pede a outros países que “falem” e “apelem à suspensão da Rússia da EBU”.

A Rússia, à semelhança de Portugal, ainda não escolheu quem irá representar o país na edição deste ano do concurso, que vai decorrer entre 10 e 14 de maio, em Turim.

Entre os 41 países a concurso está também a Ucrânia, que será representada pelos Kalush Orchestra, com a música “Stefania”, em substituição de Alina Pash, a vencedora do concurso para escolher o representante do país na Eurovisão.

A 19 de fevereiro, a Ucrânia anunciou que Alina Pash já não seria a representante do país na Eurovisão, depois de ter havido protestos devido ao facto de a cantora ter atuado na Crimeia, em 2015, um ano depois de a Rússia ter ocupado aquela região.

Esta não é a primeira vez que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia tem implicações na Eurovisão.

Em 2017, a Rússia recusou-se a participar no concurso realizado em Kiev, na Ucrânia, depois de os serviços de segurança daquele país terem impedido a entrada da cantora Yulia Samoylova, por esta ter visitado a Crimeia após a anexação russa.

Em 2019, a UA:PBC renunciou a participar no concurso, que nesse ano decorreu em Israel, por não ter conseguido um acordo com a vencedora do concurso para encontrar o representante do país na Eurovisão.

A cantora Maruv, que tinha vencido o concurso com a música “Siren Song”, negou-se a assinar o contrato 'leonino' proposto pela UA:PBC.

As condições do contrato incluíam recusar-se a atuar na Rússia e ser especialmente cuidadosa ao abordar o tema da integridade territorial da Ucrânia, ou fazer declarações públicas que pudessem prejudicar a imagem do país a nível internacional.

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