Uma adolescente, diferente de todos os outros, chega ao liceu para contagiar todos com a sua visão imaginativa do mundo: toca ukulele e canta no meio dos jogos de futebol americano da escola, veste-se como mais ninguém à sua volta e não compromete a sua personalidade para se integrar. A individualidade desta "Stargirl" está no centro do novo filme do Disney+, que se estreou este sábado, dia 13 de março.
A protagonista, a jovem norte-americana Grace VanderWaal, tornou-se conhecida ao vencer a edição de 2016 do programa "America's Got Talent", quando tinha 12 anos, e faz aqui a sua estreia como protagonista de um filme, sem deixar a música de lado.
Ao telefone (deveríamos tê-la conhecido em pessoa em Londres, mas o coronavírus cancelou o evento europeu de lançamento do Disney+), Grace disse ao SAPO Mag que, apesar do lado fantasioso do filme, ele "é muito realista".
"Claro que ela toca música num campo de futebol e toda a gente magicamente a aplaude e que ela pinta nos seus tempos livres e perguntamo-nos quando é que ela faz os trabalhos de casa. Há coisas que realisticamente não fazem muito sentido. Mas quando olhamos para o retrato global, acho que é um filme muito realista no sentido em que ela teve um choque cultural com os juízos de valor nos liceus públicos e acabou por desistir", disse a cantora e atriz.
Grace VanderWaal trabalhou como atriz quando era ainda mais nova, dos quatro até aos seis anos, mas depois começou a sua carreira musical e foi nela que se concentrou desde então. Quando surgiu a oportunidade de entrar em "Stargirl" não hesitou: "Não sei como vai ser a minha vida nos próximos 5 ou 10 anos, pode não ser nada disto, e quis saber como seria entrar num filme".
Na música, começou por escrever pequenos jingles "muito maus e estúpidos" e depois chegou o sucesso com a participação do "America's Got Talent". "Acho que as coisas evoluíram da mesma forma que eu evoluí e continuará a ser assim", explicou Grace ao SAPO Mag.
"Stargirl" foca como é possível ser-se diferente e "sobreviver" socialmente nos tempos do liceu, uma mensagem que Grace considera fundamental: "estou tão farta de as pessoas dizerem para acreditarmos em nós próprios e que não temos de encaixar num determinado molde mas depois gozarem com as pessoas que o fazem". "Dizem que são piadas, que é humor, mas não é humor, não é. Há verdade em todas as piadas que as pessoas fazem e as pessoas sabem disso", disse a atriz.
"Acho que gostaria de ser mais como a Stargirl mas isso é difícil, até captar isso à frente da câmara. Queria parecer mais confiante porque queria captar isso na personagem, mas foi mais difícil do que eu pensava que ia ser. Devia ser simples, mas não foi", confessou.
Habituada a ter total controlo sobre o seu processo criativo, ao passar da música para a representação, Grace VanderWaal teve de enfrentar um desafio acrescido: "aprendi muito a fazer este filme. Aprendi a trabalhar tendo menos controlo sobre tudo, coisa que costumo ter, o que é muito difícil para mim porque sou uma “control freak”".
Depois da popularidade na música e do destaque em "Stargirl", Grace explica que não tem planos feitos sobre o quer fazer a seguir. "Não me importo o que vou fazer a seguir, desde que continue a fazer música. Posso ir para faculdade ou arranjar um emprego desde que possa fazer canções no meu tempo livre. O que o mundo me trouxer, é o que eu espero para mim", sublinha.
Veja um clip do filme "Stargirl":
Disney+ chega a Portugal no verão
O novo serviço de streaming Disney+, considerado um “ecossistema” das criações das marcas Disney, Pixar, Marvel e National Geographic, foi lançado em novembro nos Estados Unidos, Canadá e Holanda, e chega a outros países europeus a 24 de março. A Portugal, o serviço chega no verão.
Reino Unido, Irlanda, França, Alemanha, Itália, Espanha, Áustria e Suíça terão Disney+ já no dia 24 de março. Por cá, na Bélgica, nos países nórdicos e em mais mercados europeus, o lançamento será feito no verão, em data a confirmar.
Em comunicado, a Disney confirmou ainda os preços da subscrição do serviço de streaming: 6,99 euros por mês ou 69,99 euros por ano.
"The Mandalorian" e "Dama e o Vagabundo" são alguns dos destaques.
Segundo declarações de Kevin Mayer, presidente da divisão de serviços diretos para o consumidor da Disney, feitas aquando da apresentação do serviço em novembro, o Disney Plus (Disney+) torna-se a “casa definitiva e exclusiva” de todos os conteúdos das marcas Disney, Pixar, Marvel e National Geographic.
Para o primeiro ano, o Disney+ promete a criação de 30 séries e 15 filmes originais, que se juntam numa livraria de 7.500 episódios e 500 títulos de filmes, todos à disposição dos utilizadores para visionamento ou ‘download’ em qualquer altura, por um custo mensal de 6,99 dólares (preço nos Estados Unidos, equivalente a cerca 6,34 euros).
O Disney+ inclui as 30 temporadas dos "The Simpsons" e o conjunto completo dos nove episódios da "Guerra das Estrelas", acrescentando novas séries relacionadas, como "The Mandalorian".
Filmes que estrearam em 2019 como "Rei Leão", "Avengers Endgame", "Toy Story 4", "Frozen 2" e "Guerra das Estrelas: A Ascensão de Skywalker" vão estar em exclusivo no Disney+, depois do período reservado para os cinemas.
A vice-presidente de conteúdos da companhia, Agnes Chu, frisou também na altura do lançamento mundial do serviço que o Disney+ é a curadoria de um “ecossistema” onde se mantém o legado e onde “viverão todos os conteúdos universais e intemporais”, que passam por histórias de ficção e pela narrativa de histórias reais, fenómenos da natureza ou desportos.
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