Eis uma notícia que a organização da próxima cerimónia dos Óscares provavelmente dispensava: quase um ano depois, Chris Rock irá falar da bofetada que Will Smith lhe deu num espetáculo de comédia.

Intitulado "Chris Rock: Selective Outrage"["Chris Rock: Indignação Seletiva", em tradução literal], o local e a data estão marcados: a sala Hippodrome, em Baltimore, no primeiro evento global com transmissão em direto da Netflix, este sábado, 4 de março, às 21h30 locais (02h30 de domingo em Portugal Continental).

Ou seja, uma semana antes da próxima cerimónia, marcada para dia 12.

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Este vai ser o primeiro teste importante das transmissões em direto na plataforma, abrindo a porta para outros eventos.

"Se estavam à espera para ver Rock abordar a infame situação de bofetada de Will Smith em digressão... o comediante está à espera de dar a sua perspetiva de humor sobre isso no especial de 'stand-up' ao vivo da Netflix", promoveu uma fonte próxima da transmissão ao Page Six.

Esta fonte acrescentou que o comediante tem estado a trabalho com "argumentistas de comédia veteranos" para ter a certeza que as suas piadas sobre a bofetada são "sólidas e engraçadas".

Outra fonte disse à publicação que "as pessoas precisam de ver até à última piada, não vão ficar desiludidas".

O especial de comédia terá a participação especial de Amy Schumer (uma das anfitriãs dessa cerimónia Óscares), Jerry Seinfeld e Leslie Jones, além de David Spade, Arsenio Hall e JB Smoove. Está ainda prometida a participação especial da lenda da NBA Kareem Abdul-Jabbar.

"Chris Rock: Selective Outrage" vai ser o segundo especial de ‘stand-up’ do comediante na Netflix, depois de o primeiro, “Chris Rock: Tamborine”, ter estreado em fevereiro de 2018.

Rock pouco tem falado do que aconteceu a 27 de março de 2022. Quatro dias depois, disse em Boston, no âmbito da sua digressão “Ego Death Tour", que ainda estava "a processar o que aconteceu" e não tinha piadas para contar, prometendo que "em alguma altura irei falar sobre essa m****. Será sério. Será engraçado".

Seguiram-se alguns "ensaios". Em espetáculos em Nova Iorque e Nova Jérsia no finalde julho, disse ao seu público que não era uma vítima, mas brincou que a bofetada doeu: "Qualquer pessoa que diga que as palavras magoam nunca levou um soco na cara".

"Não sou uma vítima. Sim, aquela m**** doeu, ca****. Mas abanei essa m**** e fui trabalhar no dia a seguir. Não vou ao hospital por causa de um corte de papel", acrescentou.

No fim de agosto, em Phoenix (Texas), voltou a dizer que a bofetada doeu e não lhe passou despercebido que Will Smith interpretou o pugilista Muhammad Ali num filme: "Ele é maior do que eu. O Estado do Nevada não aprovaria uma luta entre mim e ele".