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MEO à velocidade máxima de 10Gbps

De "Top Boy" a "Mrs. Fletcher": 10 séries recentes que (provavelmente) não viu mas são imperdíveis

SAPO Mag
  • Gonçalo Sá
    Gonçalo Sá
12 ago 2020 09:00
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  • "É espantoso que esta história tenha passado despercebida": fomos conhecer "o incrível grupo de mulheres" da série "Mil Golpes"
    SAPO Mag · Séries · 25 fev 2025 19:30

    "É espantoso que esta história tenha passado despercebida": fomos conhecer "o incrível grupo de mulheres" da série "Mil Golpes"

    por Gonçalo Sá
  • A série de super-heróis com mais com sangue, sátira e sexo está de volta: tudo sobre a quarta temporada de "The Boys"
    Séries · 14 jun 2024 10:00

    A série de super-heróis com mais com sangue, sátira e sexo está de volta: tudo sobre a quarta temporada de "The Boys"

    por Inês Gens Mendes Tiago David Gonçalo Sá Luís Salvado
Este artigo tem mais de 4 anos
Nunca houve tantas séries disponíveis, sobretudo para quem subscreve (pelo menos) um serviço de streaming, mas também haverá cada vez mais estreias que acabam ofuscadas. Selecionámos dez que têm passado despercebidas, embora sejam exemplos da ficção televisiva mais criativa e recomendável.
  • Nunca houve tantas séries disponíveis, sobretudo para quem subscreve (pelo menos) um serviço de streaming. Mas também haverá cada vez mais estreias que acabam ofuscadas na lista de novidades semanais, sem beneficiarem da promoção oficial, da cobertura mediática ou mesmo das recomendações de amigos. E como mais tempo para as ver é das poucas vantagens destes dias de quarentena, deixamos dez sugestões de séries novas (ou cuja última temporada tenha estreado nos últimos meses) que chegaram discretamente à Netflix, HBO Portugal ou Amazon Prime. Nenhuma foi um fenómeno de popularidade por cá, mas são todas provas da ficção televisiva mais criativa e recomendável.
  • Criado pelos israelitas Avi Issacharoff, jornalista especializado em questões palestinianas, e Lior Raz, que também assume o argumento e o papel protagonista (inspirando-se na sua experiência como ex-agente dos serviços secretos), este thriller político é um bom motivo para prestar atenção a produções televisivas do Médio Oriente. Aposta da rede Yes, está entre os segredos mais bem guardados do catálogo da Netflix dos últimos anos e propõe uma das melhores abordagens da ficção do pequeno (ou grande) ecrã ao conflito israelo-árabe, partindo das missões de uma equipa de forças especiais de Telavive. O elenco é exemplar, as sequências de ação são mais impressionantes e realistas do que a de muita produção norte-americana (além de conseguidas com uma fração do orçamento) e a ambiguidade moral vai sendo reforçada à medida que o ciclo de violência se alastra. A terceira temporada, estreada este mês, mergulha nas ruas da Faixa de Gaza e oferece alguns dos momentos mais inquietantes.
  • Qualquer semelhança com a realidade não será pura coincidência: esta série britânica tem Mae Martin como co-autora (ao lado de Joe Hampson) e protagonista, na pele de uma personagem chamada Mae, que tal como ela é lésbica, comediante e mantém uma relação complicada com as drogas (depois de um período de dependência de cocaína). Mas a produção do Channel 4 (distribuída internacionalmente pela Netflix) não pretende ser uma biografia de uma das suas criadoras. É antes o relato, nos moldes de comédia dramática, dos altos e baixos de um relacionamento amoroso, feito com empatia por todas as personagens e sem nunca as julgar. Lisa Kudrow, na pele da mãe da protagonista, é uma das mais desbocadas e memoráveis.
  • Estreada na BBC Two no final do ano passado, a primeira série da autoria do britânico Joe Barton (argumentista de "iBoy" ou de alguns episódios da ótima "Humans") chegou a Portugal há poucos meses e é uma das grandes surpresas da Netflix. Do jogo do gato e do rato entre dois irmãos, um deles polícia e o outro um gangster procurado, resulta uma trama que finta os lugares comuns do policial e decorre entre os submundos de Tóquio e de Londres. E é bem mais do que o que parece à partida: também funciona enquanto relato coming of age e coming out, desvia-se para um road movie sobre a solidariedade e resiliência feminina e acaba a questionar conceitos de família. Split screens ou sequências de animação inspiradas pelo anime ajudam a reforçar a identidade visual e a narrativa sabe conciliar drama, ação e comédia. No elenco, Kelly Macdonald e Justin Long serão os nomes mais reconhecíveis, mas os protagonistas Takehiro Hira, Yōsuke Kubozuka e Will Sharpe são decisivos para que esta amálgama ambiciosa se mantenha empolgante.
  • Substancialmente diferente do filme homónimo de 2008, realizado por Matteo Garrone e também ele inspirado no livro do jornalista Roberto Saviano, a série italiana sobre o submundo do narcotráfico de Nápoles teve as primeiras temporadas estreadas em Portugal na RTP2 e está agora disponível na íntegra na HBO Portugal. A quarta temporada ficou entre os grandes regressos do ano passado, mas embora a saga do clã Savastano já some vários aplausos internacionais, por cá parece continuar aquém do potencial - sobretudo quando outras séries ancoradas no lado mais negro do tráfico de droga (como "Narcos") são um sucesso. Ainda mais recente, e também inspirada na obra de Saviano, é "ZeroZeroZero", cuja primeira (e aconselhável) temporada estreou há poucos meses na HBO Portugal e acompanha um navio que trafica cocaína no Atlântico, contando com um elenco internacional que inclui Gabriel Byrne, Andrea Riseborough e Dane DeHaan. Entre os autores e realizadores está Stefano Sollima, que assinou alguns episódios de "Gomorra" e filmes como "Suburra" e "Sicario - Infiltrado", mais uma vez com a máfia por perto.
  • A história de três mulheres com ligações ao Estado Islâmico está no centro deste cruzamento de drama e thriller, uma produção da Filmlance (responsável pela versão original de "The Bridge") para o canal sueco SVT, com distribuição internacional da Netflix. Entre o Ocidente e o Médio Oriente, a série acompanha a mulher de um membro do ISIS, uma agente dos serviços secretos suecos e uma adolescente de Estocolmo seduzida pela organização terrorista. E ao longo dos oito episódios, mantém-se um exercício de suspense em crescendo enquanto também vai desenhando e contrastando o quotidiano das protagonistas - e as suas visões do mundo, que em alguns casos são radicalmente diferentes das que tinham no arranque da trama. Todos os atores, dos principais aos secundários, agarram as personagens com convicção, embora sobressaia o olhar tão triste como obstinado de Gizem Erdogan na pele de Pervin, um dos pilares emocionais deste retrato realista e envolvente.
  • Resposta da HBO a "Sex Education", da Netflix? À partida, esta comédia dramática mostra algumas semelhanças com a série protagonizada por Gillian Anderson e Asa Butterfield, ao também acompanhar o quotidiano de uma mãe na casa dos quarenta, divorciada e algo solitária, e de um filho que tenta encontrar o seu caminho na passagem da adolescência para a idade adulta. Mas aqui o foco não é um grupo de estudantes do liceu, antes o contacto da protagonista (interpretada por uma muito convincente Kathryn Hahn) com a pornografia online, que acaba por ir deixando reflexos no seu dia a dia e nas suas relações. Infelizmente, a minissérie só tem sete episódios e ainda não há continuação assegurada, embora esta adaptação de um livro de Tom Perrotta, criada pelo próprio depois de "The Leftovers", tenha tempo suficiente para aprofundar um estudo de personagem atípico e hilariante - e sem olhar de cima para as personagens.
  • E se a cannabis fosse legalizada no Brasil? Este é o mote para uma das melhores produções brasileiras recentes, que parte do quotidiano de um pequeno traficante para deixar o retrato intenso de uma sociedade de extremos. Criada por Quico Meirelles - filho de Fernando Meirelles ("Cidade de Deus"), que é produtor executivo e realizador de alguns episódios -, é uma série dramática que abre espaço ao humor sem que a tensão saia comprometida. Biriba, o protagonista que atravessa aqui um período de crise pessoal, familiar, laboral e moral, é das personagens mais memoráveis da televisão dos últimos tempos,  para a qual contribui a entrega do excelente Luis Navarro - apenas um dos nomes em destaque de um grande elenco de atores profissionais e amadores.
  • Juntamente com a mais popular "Watchmen", esta adaptação de uma BD de culto (criada por Garth Ennis e Darick Robertson) é das maiores lufadas de ar fresco no universo dos super-heróis dos últimos anos, e evita grande parte da padronização que tem vincado demasiados filmes e sequelas. Uma surpresa ainda maior quando o currículo do seu criador, Eric Kripke ("Supernatural", "Revolution", "Timeless"), não sugeria uma aposta tão subversiva, ao apresentar um mundo defendido por uma equipa inspirada pela Liga da Justiça, embora de conduta moralmente duvidosa. A violência, às vezes bem gráfica, convive com um sentido de humor ácido e/ou delirante, seja na versão apatetada de Aquaman ou num proto-Super-Homem intimidante e calculista. Nos bastidores deste universo de ilusões e cinismo, Elisabeth Shue deixa uma das suas melhores interpretações em muitos anos - e sem precisar de superpoderes. A segunda temporada já está a caminho.
  • Uma das sagas de ficção científica mais confiáveis do momento adapta os livros de James S. A. Corey (pseudónimo dos escritores Daniel Abraham e Ty Franck), editados desde 2012, e propõe uma aventura espacial num sistema solar ameaçado pelo conflito entre a Terra, Marte e Belt (uma colónia na cintura de asteróides entre o planeta vermelho e Júpiter). Criada por Mark Fergus e Hawk Ostby, argumentistas de "Os Filhos do Homem", "Homem de Ferro" ou "Cowboys & Aliens", a série foi uma aposta do Syfy, que acabaria por a cancelar à terceira temporada. Mas os elogios quase unânimes da crítica e o culto considerável levaram a Amazon Prime a acolhê-la e a abrir portas para mais episódios. A quarta temporada estreou no final do ano passado, a quinta também já está garantida - boas notícias para quem não reduz a ficção científica a pirotecnia visual e procura uma saga complexa e imaginativa, entre a space opera, a conspiração política e o policial.
  • Ao contrário das outras sugestões desta lista, esta série britânica arrancou no início da década passada e teve duas temporadas no Channel 4, mas ficou praticamente esquecida até Drake se ter tornado não só um dos maiores fãs, como também o grande impulsionador do regresso. O rapper tratou de se reunir com a Netflix e de propor uma nova temporada, assumindo o cargo de produtor executivo, e acabou por ser bem sucedido. Resultado: a terceira época estreou no serviço de streaming no final de 2019 mas as anteriores também ficaram disponíveis, embora com um novo título: "Top Boy: Summerhouse". Recuperando algumas personagens e atores do drama protagonizado por dois traficantes de droga de um bairro londrino, introduzindo em paralelo outras figuras e conflitos, os novos episódios beneficiam de valores de produção visivelmente mais elevados, mas mantêm a crueza e o rasgo realista dos primeiros tempos, percorrendo bairros raramente vistos na ficção. E não serão os últimos, uma vez que a segunda temporada (ou a quarta, se as duas de "Top Boy: Summerhouse" entrarem nestas contas), já está assegurada.
 
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