Neste episódio de The Walking Dead é justo dizer que em termos de desenvolvimento da história nada particularmente significativo aconteceu, Daryl e Carol seguem para Atlanta para tentar localizar a Beth, encontram o Noah e o episódio termina com a Carol a ser atropelada e capturada (algo que já sabíamos que ia acontecer).

Temos cada vez mais a sensação de estarmos a suster a respiração, enquanto se vai construindo a base para um mid-season finale pleno de acção. Embora “Consumed” não tenha sido um episódio “em grande”, para mim foi um dos mais impressionantes desta temporada, devido ao ambiente de reflexão e melancolia que nos mostrou a dupla mais forte desta série no seu melhor.

Quando vemos duas das personagens mais caladas da série a serem “obrigadas” a falar dos seus sentimentos sabemos de imediato que vamos percorrer um caminho sombrio. No caso da Carol, a nossa fénix renascida das cinzas, a questão que se põe é se será possível começar de novo. Tudo o que a Carol já passou fez com que ela se tornasse numa mulher forte e determinada mas isso veio com um preço, a culpa que ela ainda sente por acções passadas.

Através de alguns flashbacks somos levados a alguns dos momentos “negros” vividos pela Carol, o queimar dos corpos da Karen e do David (os quais ela matou para impedir que a doença se espalhasse para os restantes habitantes da prisão), o enterrar dos corpos da Mika e da Lizzie (a primeira morta pela irmã e segunda morta pela Carol), a sua expulsão do grupo pelo Rick e por último, coincidência ou não, o local onde ela e o Daryl procuram refúgio é o abrigo onde ela em tempos se refugiou com a Sophia para fugir aos maus tratos de um marido abusivo.

Embora a sua vida anterior num mundo normal e os acontecimentos depois da propagação do vírus, a tenham fortalecido e endurecido enquanto ser ser humano, ela ainda têm os seus limites, como vemos na cena em que o Daryl está disposto a deixar o Noah morrer preso debaixo da estante e ela convence-o a não abandonar ali o rapaz, ela já matou sim por várias vezes, mas sempre para proteger alguém e não por vingança.

A quimica entre estas duas personagens é qualquer coisa e ter um episódio apenas com estes dois para mim foi o máximo, é a minha dupla favorita, ponto! O laço que os une é o de uma amizade a toda a prova, é forte e genuíno, como se vê na cena em que descobrem numa das salas do refúgio, uma mãe e filho Walkers e o Daryl diz-lhe que não tem de ser ela a matá-los, espera que ela adormeça e ele próprio o faz, queimando os corpos. Esta é não só uma demonstração de amizade como de respeito e consideração por tudo o que ela já passou.

Por tudo isto, menos não seria de esperar, que quando levaram a Carol no final do episódio o Daryl tenha ficado destroçado.

Resumindo, “Consumed” é a prova que nem sempre é necessário acção, Walkers e sangue para termos um episódio fantástico.

NOTAS FINAIS:

No próximo episódio teremos já o grupo do Rick a preparar-se para resgatar a Beth e a Carol, mas qual será a abordagem? Tentar negociar primeiro ou invadir logo o hospital?

E a Carol quando acordar, irá tentar fugir juntamente com a Beth, antes do restante grupo tentar resgatá-las?

E o grupo do Abraham vai chegar a tempo para ajudar o Rick na missão de resgaste?

O Noah irá ser usado como moeda de troca?

NOTA:8.5/10

Alexandra Leite