Jeff Bezos, o CEO da Amazon, proclamou com clareza quais são os seus objetivos para o estúdio de cinema que o seu grupo acaba de lançar: "Queremos ganhar um Óscar", declarou ao Die Welt. “A Amazon já ganhou Globos de Ouro e Emmys. O nosso atual objetivo é produzir 16 filmes [para os lares] por ano."

Na entrevista, Bezos salienta que a Amazon – tal como a Netflix – está a ganhar rapidamente dentro da indústria a reputação de ser um empregador que oferece mais liberdade criativa aos cineastas do que os estúdios tradicionais.

"Quero oferecer uma nova plataforma a mestres como Spike Lee ou Woody Allen", acrescentando que com pessoas desse calibre atrás das câmaras, só faz sentido "dar imensa liberdade".

Nos últimos dois anos, liderado pela premiada série "Transparent", o investimento da Amazon em conteúdos originais de televisão teve grande retorno.

Isso deve manter-se com a controvérsia série "The Man in the High Castle", produzida por Ridley Scott, e principalmente com a mini-série em seis episódios que Woody Allen concordou fazer, uma decisão que descreveu em maio no Festival de Cannes como "um erro catastrófico".

Replicar o modelo no cinema pode ser mais complicado: ao contrário do que aconteceu com Emmys (televisão), ainda falta saber como os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que atribuem os Óscares, reagirão ao modelo nada convencional de distribuição dos filmes.

Este mês, já a pensar nos prémios, a Amazon lançou, tanto nas salas de cinema como em "streaming", o seu primeiro filme, o muito elogiado "Chi-Raq", uma sátira sobre a violência dos gangs realizada por Spike Lee.

Também a Netflix lançou "Beasts of No Nation", onde Idris Elba é um implacável líder de um pelotão de crianças soldado num país africano em guerra civil, como

Se esse filme e principalmente a interpretação de Elba surgirem nos Óscares, o objetivo de Jeff Bezos ficará muito mais perto da realidade.