Dez anos depois de se ter estreado com a série «O Diário de Sofia», Nuno Bernardo assina um novo projeto, que atravessa vários meios de entretenimento.
«Beat Girl» é uma longa-metragem internacional, um livro e será uma série televisiva norte-americana.

Nuno Bernardo é o autor da ideia original e produtor de «Beat Girl», uma história protagonizada por Heather (a atriz sul-africana
Louise Dylan), uma jovem aspirante a pianista que, com a morte da mãe, vai viver com o pai e o meio-irmão. À procura de um rumo para a sua vida, a rapariga descobre outra paixão na música, o DJing.

«A ideia do filme surgiu em 2010, com a escrita do argumento, pensado para uma personagem portuguesa, para ser rodado em Lisboa, mas não conseguimos apoios de televisões nem parceiros suficientes. Então, em 2011 decidimos exportar a ideia», explicou Nuno Bernardo à agência Lusa.

O produtor já tinha a experiência de trabalhos anteriores, como as séries «O Diário de Sofia» - um dos primeiros sucessos da empresa -, «T2 para 3» e o programa «Castigo Final», no Brasil.

Todos estes trabalhos foram acompanhados por uma divulgação em várias plataformas, sempre em busca de uma aproximação e uma interatividade com o público pretendido, disse.

No caso de «Beat Girl», o projeto foi divulgado sobretudo na Internet, aproveitando as potencialidades de redes sociais, como o Pinterest, Facebook e Twitter, do portal Youtube e de aplicações e jogos específicos para telemóveis, sempre em torno da história do filme.

Além da longa-metragem, foi lançado um livro, «Beat Girl», escrito pela argumentista irlandesa Jasmina Kallay, e uma banda sonora. Os direitos da história já foram vendidos este ano para os Estados Unidos, para uma série televisiva.

«Os nossos objetivos com as multiplataformas é o marketing, com as marcas a falarem, e é rendibilizar todas as componentes [com a venda de direitos para outros países]», referiu Nuno Bernardo.

O projeto global de «Beat Girl» teve um orçamento de 800 mil euros e contou com apoio financeiro do Fundo de Investimento do Cinema e Audiovisual.

Do currículo da BeActive, que soma prémios e muitas parcerias internacionais, fazem parte, por exemplo, a co-produção da série policial televisiva «The Line», exibida no canal MOV, e o recente projeto «Collider», que inclui jogos e uma banda desenhada.

Atualmente, a produtora está a preparar o documentário «A Estrada da Revolução», a partir das viagens de Tiago Carrasco, João Fontes e João Henriques por dez países do Médio Oriente e do Magreb.

Mais do que fazer um balanço de dez anos de trabalho, Nuno Bernardo prefere recordar que a beActive «tem remado contra a maré num país que importa muito, séries, telenovelas, filmes».

«Queremos mostrar que os portugueses são bons, que temos coisas cá que podemos exportar», sublinhou.