A China continua a fechar o acesso dos filmes americanos ao seu mercado: segundo a revista The Hollywood Reporter, "Black Adam" e "Black Panther: Wakanda Para Sempre" não devem estrear nas salas de cinema do país.

Embora os reguladores raramente anunciam ou expliquem as decisões, a principal teoria de várias fontes que trabalham na indústria de cinema chinesa é que "Black Adam" vai ser banido pela presença no elenco de Pierce Brosnan, que partilhou em 2020 uma fotografia com 19 anos da família com o Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos considerado um perigoso separatista pelas autoridades.

Se o primeiro "Black Panther" foi um sucesso de bilheteira na China em 2018, a sequela terá sido rejeitada pela relação assumida entre duas personagens femininas, Aneka e Ayo.

A começar com "Viúva Negra" em 2020, os últimos seis filmes da Marvel não obtiveram permissão para estrear. Na indústria de cinema em Pequim, muitos acreditam que foi mesmo institucionalizada uma interdição concreta ao Universo Cinematográfico e não tem fim à vista.

Entre os maiores sucessos de bilheteira de 2022, os espectadores do segundo maior mercado de cinema do mundo viram "The Batman", "Mundo Jurássico: Domínio" e "Mínimos 2: Ascensão de Gru" (numa versão censurada que mudou o fim), mas não "Top Gun: Maverick" (o maior sucesso mundial), "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" e "Thor: Amor e Trovão".

Os sucessos dos filmes chineses não estão a compensar e os cinemas estão a ser prejudicados: o total da venda de bilhetes em 2022 está 35% abaixo quando comparado com 2021.