A Associação pelo Documentário (Apordoc), que organiza o festival, anunciou ainda a estreia portuguesa de "Infinite Football", reinvenção das regras do jogo, filmada por Corneliu Porumboiu, para a sessão de encerramento, e a estreia mundial do novo filme de Zelimir Zilnik, “The Most Beautiful Country in the World”, que integra a secção “Da Terra À Lua”, dedicada a temas da atualidade.

"The Waldheim Waltz", de Ruth Beckermann, que retoma a revelação do passado nazi do antigo secretário-geral das Nações Unidas Kurt Waldheim, foi premiado em fevereiro, em Berlim, e vai abrir o Doclisboa, numa sessão com a presença da realizadora.

O filme recorda a eleição de Kurt Waldheim para a presidência austríaca, em 1986, como "ponto da viragem" política da época, recorda o silêncio de setores conservadores, o surto de antissemitismo e coloca o caso “num contexto internacional mais vasto, assustadoramente oportuno", segundo a apresentação.

A secção “Da Terra À Lua”, que se estende ao longo do festival, inclui estreias de produções e coproduções portuguesas de Rosa Coutinho Cabral, Steve Sprung e Pedro Neves Marques, recorda os crimes do franquismo, em Espanha, o passado colonial de Madagáscar, o quotidiano na Faixa de Gaza e o labirinto administrativo vivido por imigrantes, em Viena, através da obra de Zelimir Zilnik, que estará em Lisboa para apresentar “The Most Beautiful Country in the World”, três anos depois de o festival lhe ter dedicado uma retrospetiva.

“Dead Souls”, o novo filme de Wang Bing, sobre campos de morte no noroeste da China, do tempo da revolução cultural, fez parte da seleção oficial do Festival de Cannes, em maio, e tem estreia portuguesa no Doclisboa.

O cineasta venceu por três vezes a competição internacional do festival (“West of the Tracks”, em 2003, “Three Sisters”, em 2012, e “Father and Sons”, em 2014), e, no ano passado, apresentou em Lisboa “Bitter Money” e “Mrs. Fang”, distinguido em Locarno.

A secção inclui igualmente o prémio de melhor documentário em Cannes, “Samouni Road”, de Stefano Savona, uma perspetiva sobre a guerra em Gaza, a partir da celebração de um casamento, “FAHAVALO, Madagascar 1947”, coprodução entre França, Madagáscar, Bélgica e Cabo Verde sobre a revolta anticolonialista, de Marie-Clémence Andriamonta-Paes, e “Of Fathers and Sons”, de Talal Derki, dedicado ao quotidiano de uma família radical islâmica, premiado no Festival de Sundance, em janeiro.

“Unas Preguntas”, de Kristina Konrad, sobre a memória da ditadura no Uruguai, “El Creador de Universos”, de Mercedes Dominioni, que aborda a síndrome de Asperger, “The Raft”, vencedor do festival CPH:DOX, na Dinamarca, e “Yours in Sisterhood”, de Irene Lusztig, que recorda a correspondência da revista feminista norte-americana Ms., também fazem parte da programação de “Da Terra À Lua”.

A secção inclui ainda “The Silence of Others”, de Almudena Carracedo e Robert Bahar, sobre com sobreviventes dos crimes da ditadura de Franco, em Espanha. A exibição conta com a presença da realizadora e do representante da associação Nuestra Memoria, Paqui Maqueda. O documentário foi produzido por Pedro Almodóvar e premiado em Berlim.

A representação portuguesa nesta secção faz-se com as estreias de “PE SAN IÉ”, de Rosa Coutinho Cabral, “O Plano”, de Steve Sprung, que evoca o encerramento de uma fábrica, há 40 anos, num processo que se prefigura atual, e com a curta-metragem “A Arte Que Faz Mal à Vista”, de Pedro Neves Marques, sobre a estátua do padre António Vieira, em Lisboa.

O filme será exibido em conjunto com “Ava Yvy Vera - A Terra do Povo do Raio”, obra realizada por um coletivo indígena, do Brasil, que documenta a reconquista das suas terras.

A retrospetiva integral do cineasta colombiano Luis Ospina, realizador de “Agarrando Pueblo”, e o ciclo “Navegar o Eufrates, Viajar no Tempo do Mundo“, que explora o passado daquela região com obras como "A Flood in Baath Country", de Omar Amiralay, censurado pelo regime sírio, já tinham sido anunciados pela organização.

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