Inspirado em factos e ambientado em Lisboa nos anos 1940, o filme é realizado por Jorge Paixão da Costa, produzido pela Ukbar Filmes e protagonizado pelo ator Tomás Alves.

Em outubro, quando o filme foi rodado, Jorge Paixão da Costa explicava, em nota de imprensa, que pretendia dar a conhecer “o outro lado do homem que deu nome à supertaça do desporto mais popular em Portugal”, o futebol.

A intenção era também mostrar “os meandros da propaganda da época e a batalha ideológica pela alma e pelo coração dos portugueses que marcaram os anos 1940” em Portugal.

Jorge Paixão da Costa já tinha abordado a história de vida de Cândido de Oliveira (1896-1958) numa série documental da RTP, aprofundando-a agora no cinema, em particular pelo envolvimento do jornalista na designada “rede Shell”, de espionagem inglesa, durante a Segunda Guerra Mundial.

Nessa altura, Cândido de Oliveira já tinha ficado conhecido por ter jogado no Benfica, fundado o Clube Atlético Casa Pia, na instituição onde viveu depois de ficar órfão, já tinha sido selecionador nacional de futebol e trabalhado como jornalista na imprensa portuguesa.

Antifascista e crítico da ditadura de Oliveira Salazar, Cândido de Oliveira trabalhava nos Correios quando se envolveu em redes de espionagem, em particular uma rede inglesa, mas acabou descoberto, detido e espancado pela polícia política do Estado Novo, a PIDE, e enviado para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.

Em 1945, já em liberdade e em Lisboa, Cândido de Oliveira cofundou o jornal A Bola, juntamente com António Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, e treinou o Sporting e o Futebol Clube do Porto.

Em 1958 morreu em Estocolmo, em consequência de uma pneumonia, numa altura em que fazia a cobertura do Mundial de Futebol, na Suécia.

“Cândido - O Espião que veio do Futebol” contou com 1,5 milhões de euros de orçamento e apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual, da RTP, da PIC Portugal, do Turismo de Portugal e da Câmara Municipal de Lisboa.

Neste filme de época entram ainda Teresa Tavares, Jorge Corrula, Filipe Vargas e Carloto Cotta, entre outros.

Jorge Paixão da Costa é autor, entre outros, dos filmes “Adeus Princesa” (1990), “O mistério da estrada de Sintra” (2007), “Soldado Milhões” (2017), em correalização com Gonçalo Galvão Teles, e das séries “A Espia”, “Crónica dos Bons Malandros” e “Lúcia – A guardiã do segredo”.