O Festival Internacional de Curtas de Vila do Conde, que anda há 25 anos a "celebrar o futuro", regressa entre 8 e 16 de julho com competições, concertos, exposições, festas, debates e longas-metragens.

Apresentada hoje, em conferência de imprensa, a programação de 2017 do Curtas conta com seis secções: a Competição Nacional, com 16 filmes a concurso, a Competição Internacional, com 37 filmes de todo o mundo (22 países representados), a Competição Experimental, que apresentará 24 filmes de 11 países, a de Vídeos Musicais, a competição Take One!, aberta a filmes de escola, e a Curtinhas, dedicada a um "público mais jovem".

As hostilidades, daquele que a organização assume ser o "maior festival Curtas de sempre", vão abrir com a antestreia nacional do mais recente filme do finlandês Aki Kaurismaki, "O Outro Lado da Esperança", que se estreou no Festival de Berlim, e que abre as portas a trabalhos de nomes como João Salaviza, Diogo Vale, Marta Mateus, Jenna Hasse, e Mónica Lima, no panorama nacional, e, no domínio internacional, Ben Rivers, Laura Poitras, Jonathan Vinel, Toru Takano ou Hu Wei.

Quando, em 1992, cinco "tipos meio inconscientes" se lembraram de promover um festival internacional de cinema, através do cineclube de Vila do Conde, com "cinco mil contos [25 mil euros] no bolso" estavam longe de pensar que 25 anos depois teriam 300 mil euros para organizar aquele que se tornou no "maior festival" de curtas-metragens nacional.

"Chegámos ao fim e não chegava para pagar as contas, tínhamos um sarilho, dois mil contos [dez mil euros] em dívidas", revelou Miguel Dias, entre risos e alguma atrapalhação.

Na génese do festival, admitiu Nuno Rodrigues, esteve a inconsciência do grupo: "Na altura éramos um bocadinho inconscientes. Atirámo-nos para isto sem saber. Nem sonhávamos que ia dar isto. Tínhamos estas coisas, estas inspirações, o que víamos e o que não víamos".

E "porque a memória não permite chegar a todos os fatores" do passado do Curtas, o festival faz-se do presente e, em 2017, além das competições o evento vai dedicar o In Focus à retrospetiva da obra do cineasta francês F.J. Ossang.

A música também vai marcar lugar com quatro filmes-concerto (Atlantic Coast Orchestra, Chassol, Capitão Fausto e Mão Morta) e dois concertos, Evols e Pega Monstro, na rubrica Stereo.

Para assinalar os 25 anos, a organização deu "Carta Branca" a 25 individualidades ligadas ao cinema para que escolhessem filmes que serão exibidos em nove sessões.

Paralelamente ao festival, a Solar - Galeria de Arte Cinemática inaugura, a 08 de julho, uma exposição que representa uma nova geração de artistas que procuram estabelecer, a partir de diversas perspetivas, uma reflexão sobre a Terra.