O produtor português Paulo Branco vai avançar com pedidos de indemnização aos produtores envolvidos no filme "O Homem que Matou Don Quixote" (e não "Dom", como o livro), de Terry Gilliam, pelos prejuízos causados e pelas verbas já arrecadadas, disse esta quarta-feira à agência Lusa.

"Seguem agora os processos com os pedidos de indemnização dos prejuízos causados até agora e se alguém utilizar ou usurpar os direitos, os tribunais vão tomar conta disso", afirmou Paulo Branco.

Sem especificar o valor dos pedidos de indemnização, referindo apenas que são "extremamente avultados", Paulo Branco disse que a decisão é tomada depois de, na semana passada, a justiça espanhola ter confirmado "a plena validade do contrato de coprodução do filme 'O Homem que Matou Don Quixote', assinado no dia 9 de maio de 2016 entre a Alfama Films, a Tornasol Films e a Leopardo Filmes".

O realizador Terry Gilliam e o produtor Paulo Branco estavam numa disputa legal há longos meses por causa do filme. O produtor português assinou contrato para produzir o filme, em 2016, mas o processo saiu gorado.

Terry Gilliam pediu a anulação do contrato de produção com a produtora Alfama Films, de Paulo Branco, e seguiu a produção e rodagem do filme com outros produtores.

Enquanto corriam processos judiciais no Reino Unido, em França e em Espanha, com Paulo Branco a ver confirmada a validade do contrato assinado, o filme teve a estreia mundial em maio no Festival de Cinema de Cannes (França), integrou outros festivais (Austrália e República Checa, por exemplo) e chegou às salas de cinema em França e em Espanha.

Segundo Paulo Branco, a decisão do tribunal de Madrid, de 13 de julho, "vem confirmar a nulidade de qualquer contrato estabelecido posteriormente e comprova que a Alfama Films é a única detentora de todos os direitos de exploração do filme, seja qual for o meio de exibição, e de 60% das receitas mundiais".

"Todos os direitos de exploração, seja qual for o meio de exibição, e 10% das receitas mundiais pertencem à Leopardo Filmes, legalmente a única sociedade de co-produção do filme em Portugal", afirma o produtor em comunicado enviado à Lusa.

Em Portugal, não há ainda data de estreia comercial do filme, disse à Lusa fonte da NOS, que tinha o adquirido para distribuição.

Sobre todo este processo judicial, Paulo Branco descreveu-o como "inacreditável e único na história da produção europeia" de cinema.

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