Este fim de semana, Doris Day recebeu uma inesperada prenda de aniversário.
Uma cópia do seu certificado de nascimento emitida pelas autoridades oficiais do Ohio revelou que Doris Mary Ann Kappelhoff nasceu a 3 de abril de 1922 e não no mesmo dia de 1924 como pensou a vida toda.
Assim sendo, a lendária atriz celebra esta segunda 95 anos e não 93.
"Sempre disse que a idade é apenas um número", reagiu em comunicado no domingo.
"Nunca dei muita atenção a aniversários, mas é óptimo finalmente sabes a idade que realmente tenho!", acrescentou.
"Há muito tempo que existia especulação e rumores sobre a idade de Doris e faziam-nos a pergunta muitas vezes; agora parece que finalmente temos a resposta", salientou o porta-voz Charley Cullen Walters.
“A história que ouvi mais vezes é que houve uma altura em que a Doris estava a fazer um 'casting' quando era muito nova e a sua idade pode ser ter sido mal escrita no formulário. Não sabemos se isso está correto, mas se foi o caso pode simplesmente ter aguentado todos estes anos", esclareceu.
Os 'novos' 95 anos colocam-na na companhia dos comediantes Carl Reiner e Betty White.
No caso da segunda, a situação ainda é mais engraçada pois as duas são amigas íntimas e sempre brincaram com os dois anos de diferença, que agora passaram a pouco mais de dois meses, explicou Walters.
Uma das sobreviventes da era dourada de Hollywood
Doris Day começou como cantora e fez a sua estreia no cinema em 1948 com "Romance no Alto Mar".
Na década seguinte tornou-se um sucesso gigantesco graças a várias comédias românticas, nomeadamente "O Amor É Coisa de Dois" (1951), "Diabruras de Jane" (1953), "Negócio de Pijamas" (1957) e "Conversa de Travesseiro" (1959), sendo nomeada para os Óscares com o último, onde trabalhava pela primeira vez com Rock Hudson.
No início dos anos 60 reforçou ainda mais o seu estatuto como favorita das bilheteiras com "Pijama Para Dois" (1961), "Carícias de Luxo" (1962), "Afasta-te, Querida" (1963) e "Não me Mandem Flores" (1964).
Pelo meio, provou ainda o talento para papéis dramáticos com "Ama-me ou Deixa-me" (1954), ao lado de James Cagney, e "O Homem Que Sabia Demais" (1956), um encontro com o realizador Alfred Hitchcock e o ator James Stewart de onde saiu também a canção "Que Sera, Sera", vencedora do Óscar e pela qual é sempre recordada.
Em meados da década de 60, quando os EUA passaram por várias mudanças sociais que não se refletiram nos seus filmes, a sua carreira entrou em declínio.
Pouco depois, com a morte do seu terceiro marido em 1968, descobriu que este e o seu advogado desde o início da carreira a tinham deixado na bancarrota.
O segundo ainda a tinha comprometido para uma série de televisão, um meio em que a estrela não queria entrar, mas "The Doris Day Show" acabou por renovar a sua popularidade e pagar as dívidas até receber uma indemnização por burla.
Após o fim da série em 1973, manteve-se discretamente em Carmel, na Califórnia, dedicando os seus esforços à defesa dos animais.
Hollywood tenta sem sucesso há muitos anos dar-lhe um Óscar honorário e não parece provável que mude de ideias.
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