E a 'fava' dos Óscares vai para... como foi negada a nomeação a Joaquim dos Santos pela animação "Homem-Aranha"

Apesar de ter sido o primeiro dos três realizadores a juntar-se a "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso", o português foi o único a não receber a nomeação na categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação.

Joaquim Dos Santos e Kemp Powers nos Annie

A 12 de fevereiro, Joaquim Dos Santos juntou-se aos realizadores Kemp Powers e Justin K. Thompson e aos produtores Phil Lord e Christopher Miller, no almoço que juntou os nomeados para a 96.ª edição dos Óscares.

No entanto, ele estava apenas como convidado: o realizador não teve direito a juntar-se ao grupo para a fotografia coletiva no fim nem recebeu o certificado da nomeação pela categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação por "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso".

Tem sido um tema pouco comentado, mas o português de 46 anos ficou de fora da lista de nomeados a 23 de janeiro e não terá direito a um Óscar na cerimónia deste domingo caso se confirme o grande favoritismo do seu filme, apesar de ter sido o primeiro realizador anunciado para o projeto, no final de novembro de 2018.

Em contraste, o realizador juntou-se aos colegas, teve direito a um prémio e discursou a 21 de fevereiro na vitória de "Através do Aranhaverso" nos Annie, os "Óscares da Animação".

Segundo uma notícia da Variety a 30 de janeiro, a ausência na corrida às estatuetas douradas é a consequência de uma "regra arbitrária" da Academia que permite que apenas quatro pessoas sejam reconhecidas na categoria.

Uma das nomeações tem de ser sempre para quem teve a função da realização com controlo criativo e as outras três podem ter crédito de realizador ou produtor, sendo que uma "equipa genuína" até duas pessoas pode ser considerada um único “produtor” se existir uma parceria reconhecida enquanto tal.

Na altura de preencher o formulário para apresentar a candidatura do filme, o estúdio Sony Pictures e a equipa de produção tentaram obter uma exceção para incluir os três realizadores ou apresentá-los como uma única 'equipa'.

Quando o pedido foi rejeitado pelo ramo de animação da Academia, os envolvidos tiveram de decidir quem ficava de fora e a 'fava' calhou ao português natural de Lisboa e que emigrou aos quatro anos com a família para North Hollywood.

Os nomeados oficiais são os realizadores Kemp Powers e Justin K. Thompson, os produtores Phil Lord e Christopher Miller, reconhecidos como uma parceria, e Amy Pascal. Outros dois produtores, Avi Arad e Christina Steinberg, também ficaram de fora.

Curiosamente, Amy Pascal foi uma vítima da mesma regra com o primeiro filme e era improvável que aceitasse voltar a ser excluída: "Homem-Aranha: No Universo Aranha" ganhou a estatueta na categoria na cerimónia de 2019.

Trailer "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso".