A caminho dos
Óscares 2024
"Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" foi o grande vencedor da 51.ª edição dos prémios Annie, atribuídos anualmente pela Sociedade Internacional de Cinema de Animação.
Considerados os "Óscares" do cinema de animação, os Annie distinguem filmes e séries de animação em curta e longa-metragem.
Reforçando o seu favoritismo aos Óscares, a super produção de super-heróis da Sony recebeu sete prémios (todos as suas nomeações), incluindo Melhor Filme de Animação e Melhor Realização, que junta o português Joaquim dos Santos com Kemp Powers e Justin K. Thompson.
Com dois prémios ficaram os seus maiores rivais, "O Rapaz e a Garça", do lendário mestre japonês Hayao Miyazaki, que tinha sete nomeações, e "Nimona", de Nick Bruno e Troy Quane, lançada pela Netflix, que liderava a corrida com nove nomeações.
Batendo “Ernest & Célestine A Viagem em Charabie”, “Four Souls of Coyote”, “Da Vinci: O Inventor” e “White Plastic Sky”, a animação espanhola e francesa sem diálogos "Robot Dreams", de Pablo Berger, sobre a amizade entre um cão e um robô na Nova Iorque dos anos 1980, ganhou só um dos cinco prémios que disputava, mas foi na sua categoria mais importante: Melhor Filme de Animação Independente.
O nomeado aos Óscares "WAR IS OVER! Inspired by the Music of John & Yoko", ganhou o prémio para curta de animação, categoria ganha no ano passado pela produção portuguesa "Ice Merchants".
Nas categorias de televisão, "Blue Eye Samurai" (Netflix), recebeu seis das sete categorias onde concorria. Houve ainda três prémios para "Moon Girl and Devil Dinosaur" (Disney+) e dois para "Star Wars: Visions" (Disney+).
Foram entregues prémios em 37 categorias de cinema, TV e videojogos durante a cerimónia que se realizou no sábado à noite em Los Angeles.
Apesar de "Robot Dreams" também estar nomeado para os Óscares, tal como "O Rapaz e a Garça", "Nimona" e "Elemental", quem reforçou o seu estatuto como o grande favorito à estatueta dourada de Melhor Longa-Metragem de Animação na cerimónia de 10 de março foi "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso": as escolhas entre as organizações coincidiram 15 vezes em 23, incluindo com o primeiro "Homem-Aranha: No Universo Aranha", de 2018.
Estranhamente, por causa das regras da Academia, Joaquim dos Santos não consta da lista de nomeados, apesar de ter sido o primeiro realizador associado ao projeto: figuram apenas os realizadores Ken Powers e Justin K. Thompson, e os produtores Phil Lord, Chris Miller e Amy Pascal.
Segundo uma notícia da Variety a 30 de janeiro, a omissão do português é a consequência de uma "regra arbitrária" da Academia que permite que apenas quatro 'equipas' de nomeados possam ser reconhecidos na categoria.
Descrevem as regras: “O(s) nomeado(s) para o prémio será(ão) designado(s) pelos responsáveis pela produção do filme. O(s) nomeado(s) designado(s) deve(m) ser o(s) indivíduo(s) criativo(s) mais claramente responsável(eis) pela produção em geral. Há um máximo de QUATRO nomeados designados, um dos quais deve ser o realizador creditado que exerceu o controle da realização, e o(s) outro(s) deve(m) ter crédito de realizador ou produtor. Ao determinar o número de produtores elegíveis para nomeação, uma equipa genuína de não mais de duas pessoas será considerada um único “produtor” se os dois indivíduos tiverem uma parceria de produção estabelecida, conforme determinado pelo painel de Parceria de Produção do Sindicato dos Produtores".
Na altura de preencher o formulário oficial para apresentar a candidatura do filme à Academia, o estúdio Sony Pictures e a equipa de cineastas tentaram sem sucesso obter uma exceção junto do ramo de animação para incluir os três realizadores ou apresentá-los como uma 'equipa', o que deixou nas mãos dos cineastas decidir quem ficava de fora.
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