Eddie Murphy admitiu que esteve praticamente sem fazer cinema entre 2011 e 2019 porque se cansou de fazer "filmes de m****".

Houve uma exceção pelo meio (o drama "Mr. Church", em 2016, que não ficou para a história) e ainda "Mil Palavras" (lançado em 2012, mas filmado em 2008), mas o ator cómico parou após fazer "Alta Golpada" (2011) e só regressou a sério com "Chamem-me Dolemite" (2019).

A lenda da comédia fazia praticamente um filme por ano desde que a carreira disparou na década de 1980, mas a paragem foi deliberada e uma das razões foram os Razzies, os prémios popularmente conhecidos como os "Óscares dos piores" e que quase todos em Hollywood fingem que não existem.

"Parei de fazer filmes em 2011. O plano era [...] fazer uma pausa [...] porque estava a fazer estes filmes de m**** e foi algo do género 'esta m**** não é divertida'. Andam a dar-me Razzies; acho que aqueles cab**** me deram o Razzie de Pior Ator de Sempre ou uma m**** do género [risos]. Fica-se tipo 'Talvez seja altura de fazer uma pausa?' [risos]", explicou bem disposto durante o episódio do podcast WTF with Marc Maron [a parte começa por volta dos 68m e 30s].

De facto, Eddie Murphy "ganhou" o Razzie de Pior Ator da Década na cerimónia de 2010, ultrapassando Ben Affleck, Mike Myers, Rob Schneider e John Travolta, graças aos filmes "Pluto Nash" (2002), "O Espião Sou Eu" (2002), "Showtime" (2002), "Norbit" (2007), "Pequeno Grande Dave" (2008) e "Terra dos Sonhos" (2009).

O ator acrescentou que o plano inicial para a paragem era de um ano e, de repente, "passaram seis". E reconheceu que tentação de continuar sem fazer nada foi forte, mas o orgulho falou mais alto: "a última coisa que me viram fazer foram tretas, o melhor é sair do sofá e [...] e recordar-lhes que sou engraçado".

O novo plano passava por fazer "Chamem-me Dolemite" para a Netflix, regressar para o programa dos 40 anos do "Saturday Night Live" (que o tornou uma estrela) e avançar com a rodagem do filme "O Príncipe Volta a Nova Iorque" antes de regressar aos espetáculos de "stand-up", que até já tinham datas, o que a pandemia já não deixou.

Tudo para, recordou, as pessoas não ficarem a pensar que tinha perdido o jeito e dizerem que "o último filme que fez foi o 'Pluto Nash'".