Julie Andrews festeja hoje 80 anos e, mais do que atriz ou estrela, é uma lenda consensual.
Dois filmes serão incontornáveis em todas as evocações: "Mary Poppins" (1964), a estreia em cinema que lhe valeu um Óscar, e "Música no Coração" (1965), que lhe deu o papel que a tornou uma estrela para sempre: o da freira Maria, que vai parar à casa do capitão Von Trapp e das suas sete crianças na véspera da Segunda Guerra Mundial. Ainda não tinha 30 anos...
No entanto, a inglesa Julia Elizabeth Wells (Andrews veio do padrasto) estava longe de ser uma inexperiente. De facto, numa célebre gravação é possível vê-la a cantar o hino para o rei Jorge VI em 1948, quando tinha 13 anos.
Em 1953, a sua voz singular que abrangia quatro oitavas chegava à Broadway, onde rapidamente se impôs e começou a colecionar sucessos. Um deles foi "My Fair Lady": durante dois anos, desempenhou o papel da vendedora de flores que o professor Higgins ensinava a falar e agir como uma senhora, mas quando chegou a altura da versão cinematográfica, o estúdio quis uma estrela e optou por Audrey Hepburn.
A rejeição ficou célebre dentro e fora da indústria, mas depois Walt Disney foi vê-la atuar em "Camelot". Visitou-a a seguir nos bastidores e convidou-a a ir a Los Angeles para ver os desenhos e ouvir as canções que tinham "para este novo filme". Grávida na altura, desfez-se em desculpas e recusou, mas Disney insistiu: "Não faz mal, vamos esperar."
Como ainda recentemente se viu no entusiasmo com que foi recebida pelos seus pares na cerimónia dos Óscares, pouco interessa o que aconteceu antes ou depois de "Mary Poppins" e "Música no Coração". Ou o casamento feliz com outra lenda, o realizador Blake Edwards, que deu um segundo fôlego à carreira. Emocionalmente intocáveis e com presença obrigatória nos natais televisivos, estes são os seus filmes que encantam todas as gerações e a preservam para sempre nas nossas memórias.
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