O massacre de Srebrenica em 1995, considerado a maior atrocidade cometida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, rebentou no Festival de Cinema de Veneza esta quinta-feira (3), contado por uma mãe bósnia num filme que denuncia os erros, cumplicidades e cobardia da ONU.
O quinto filme da realizadora bósnia Jasmila Zbanic, "Quo Vadis, Aida?", em competição esta quinta-feira no Festival de Cinema de Veneza, é um ato de acusação à comunidade internacional e em particular aos capacetes azuis da ONU, os seus funcionários e as suas decisões.
A realizadora de 45 anos, entre as oito cineastas que competem este ano pelo Leão de Ouro, conta as atrocidades da guerra no seu país depois de ter vencido o Urso de Ouro em Berlim em 2006 com "Filha da Guerra".
Por ocasião do 25º aniversário do genocídio, a realizadora mergulha naqueles dias de julho de 1995, quando o enclave de Srebrenica, no leste da Bósnia, foi tomado por tropas sérvias da Bósnia e mais de 8 mil muçulmanos, incluindo crianças, foram mortos.
Um filme forte e devastador, feito pelo olhar de Aida, uma mulher e mãe que trabalhava como tradutora para as Nações Unidas, impotente diante das decisões de homens, generais e civis.
Com cenas que contam com milhares de atores, mulheres, homens, crianças e veículos blindados, o filme ilustra as responsabilidades éticas e morais daquele grupo de soldados holandeses das Nações Unidas que acabou por entregar voluntariamente milhares de civis ao sanguinário Exército sérvio liderado pelo general Ratko Mladic.
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