“Made in Bangladesh”, da realizadora Rubaiyat Hossain, uma coprodução daquele país com Portugal, França e Dinamarca, apresenta-se em estreia mundial na secção de cinema internacional contemporâneo do Festival de Toronto, no Canadá, que se realiza de 5 a 15 de setembro.

Na secção Wavelengths, dedicada exclusivamente a filmes de vanguarda, que coloca em evidência a inovação formal e expressões originais cinematográficas, vão ser apresentadas as curtas-metragens “A Mordida” (“The bite”), de Pedro Neves Marques, em estreia mundial, e “Sol Negro” (“Black Sun”), da franco-portuguesa Maureen Fazendeiro, em estreia internacional.

“A Mordida” foi também selecionado para o Festival de Nova Iorque, na secção Projections, que decorre de 27 de Setembro a 13 de Outubro.

Esta curta-metragem, em coprodução com o Brasil, parte de uma pesquisa num laboratório de mosquitos geneticamente modificados em São Paulo, para criar uma ficção algures entre o momento político atual e um futuro imaginado, explica o realizador, citado pela distribuidora Portugal Film.

“A epidemia biológica de um vírus combatido parcialmente através de mosquitos mutantes, faz de analogia à ascensão do conservadorismo reacionário brasileiro”, acrescenta o realizador.

Quanto a “Sol Negro”, filme produzido por O Som e a Fúria (Portugal) e Norte Productions (França), põe em confronto um dia de eclipse solar em Lisboa, e excertos de um poema de Henri Michaux, lidos pela atriz francesa Delphine Seyrig.

Trata-se do primeiro filme da realizadora feito por inteiro em Portugal, e teve estreia mundial na competição do Curtas Vila do Conde, no passado mês de julho.

O novo filme do realizador português Pedro Costa, "Vitalina Varela", que fará a estreia mundial no Festival de Cinema de Locarno (Suíça), na próxima quarta-feira, foi também selecionado para o Festival de Cinema de Toronto.

Esta longa-metragem portuguesa é dedicada a Vitalina Varela, uma mulher cabo-verdiana que participou no anterior filme de Pedro Costa, "Cavalo Dinheiro" (2014).

Esta é a história de uma mulher que viveu grande parte da vida à espera de ir ter com o marido, Joaquim, emigrado em Portugal. Sabendo que ele morreu, Vitalina Varela chegou a Portugal três dias depois do funeral dele.

Além destes filmes, será também apresentada em Toronto a mais recente longa-metragem do realizador espanhol Albert Serra, “Liberte”, numa coprodução de Portugal, Espanha, França e Alemanha.

O filme, que sucede ao premiado “A Morte de Luís XIV” (2016), é uma coprodução com a Rosa Filmes, inteiramente filmada no Alentejo, em Portugal.

Este é “um filme noturno, um filme de noite, de sombras e de crepúsculo, sobre uma certa aristocracia na véspera da revolução”, conforme descreveu Thierry Frémaux, diretor artístico do Festival de Cannes, onde o filme teve a sua estreia mundial, em maio.

No mês passado, a organização do Festival de Toronto já tinha anunciado a presença do filme “A Herdade”, de Tiago Guedes, em estreia norte-americana, e de “Frankie”, uma coprodução nacional da autoria de Ira Sachs.

“A Herdade”, de Tiago Guedes, tem coprodução da Leopardo Filmes e da Almafa Films, e conta a “saga de uma família proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, […] fazendo o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a revolução do 25 de Abril e até aos dias de hoje”.

“Frankie”, que teve a sua estreia no Festival de Cannes e que conta com a participação da atriz Isabelle Huppert, foi filmado em Portugal e passa-se na cidade de Sintra, acompanhando três gerações de uma família europeia.