A tão esperada sequela de "Gladiador" (2000), de Ridley Scott, ainda nem chegou aos cinemas da América do Norte, mas o seu veterano realizador já está a trabalhar em força num terceiro filme.

"Gladiador II", que chega aos cinemas dos EUA e Canadá na sexta-feira, é protagonizado pelo ator irlandês Paul Mescal ("Normal People", "Aftersun") como Lucius, filho do Maximus de Russell Crowe, do filme original vencedor de vários Óscares.

Um épico sangrento e de grande sucesso sobre vingança, traição e - sim - gladiadores, recebeu críticas positivas e já arrecadou uns musculados 87 milhões de dólares nas bilheteiras globais desde a sua estreia em vários países na semana passada.

O sucesso repete-se em Portugal, com mais de 90 mil espectadores nos cinemas nos primeiros quatro dias.

"Dado o desempenho que vimos ontem no resto do mundo, certamente haverá um 'Gladiador III'", disse Scott na antestreia em Los Angeles na segunda-feira.

“Porque também se torna financeiro e seria uma loucura não pensar numa terceira versão”, notou o cineasta britânico de filmes seminais como “Blade Runner” e “Thelma & Louise”.

O enredo de “Gladiador II” também foi “planeado para o deixar aberto para uma sequela”, acrescentou Scott, um realizador famoso e prolífero que ainda dirige cerca de um filme por ano aos 86 anos.

O segundo filme começa com Lucius - enviado para o exílio pela sua mãe para evitar a morte certa em Roma - a lutar em vão para defender a sua cidade natal adotiva no Norte da África da chegada de soldados romanos aparentemente imparáveis.

Capturado como prisioneiro de guerra, ele é levado de volta à metrópole imperial, onde deverá provar o seu valor no Coliseu para se vingar do general invasor Marcus Acacius, interpretado por Pedro Pascal.

A atriz dinamarquesa Connie Nielsen repete o seu papel como Lucilla do original de 2000, enquanto Denzel Washington já está a ganhar visibilidade para os Óscares como Macrinu, um mestre de cerimónias conspirador, instável e altamente extravagante.

"Jóias, sandálias e tudo o resto - parecia um proxeneta romano... não dava para colocar anéis suficientes", brincou Washington na segunda-feira.

Político

Mescal - cuja personagem enfrenta babuínos, rinocerontes e tubarões sedentos de sangue, além de humanos em "Gladiador II" - também expressou entusiasmo em voltar para outro filme.

Mas ele disse que Scott discutiu uma nova direção para a história que não iria simplesmente “voltar à arena como a conhecemos”.

"A última vez que falei com [Scott], ele disse que tinha nove páginas. Ontem, disse que tinha 14", disse o ator aos jornalistas.

“Ficaria entusiasmado se isto entrasse numa esfera mais política”, com Lucius a ser lançado num mundo de intrigas da corte que ele não quer frequentar, como Michael Corleone em 'O Padrinho''”, acrescentou.

Questionado sobre como os temas do segundo filme abordavam o poder e a política de maneira diferente, cerca de 24 anos depois do original, Scott disse: “Eles são exatamente iguais”.

"Um homem super-rico pensa que pode assumir o controlo do Império. Isso é familiar?", disse poucos dias após a reeleição do multimilionário Donald Trump como presidente dos EUA.

"Não aprendemos nada historicamente. Continuamos a repetir os mesmos erros. Estamos a passar exatamente pela mesma coisa agora em várias partes do planeta", acrescentou.

VEJA O TRAILER DE "GLADIADOR II".