Kate Winslet está arrependida de ter trabalhado com Woddy Allen e também Roman Polanski.

A revelação surgiu ao receber um prémio pela carreira no domingo à noite, durante os London Critics' Circle Film Awards.

No caso do primeiro, a atriz torna-se a mais recente personalidade a afastar-se, juntando-se a Colin Firth, Mira Sorvino, Natalie Portman, Rebecca Hall, Timothée Chalamet, Selena Gomez ou Ellen Page, depois de ter sido muito criticada por defender o realizador durante a promoção do seu último filme, "Roda Gigante".

Dylan Farrow, filha adotiva de Mia Farrow que também conviveu com Woody Allen, acusou-o publicamente de a ter molestado quando tinha sete anos, o que este sempre negou. As autoridades médicas e judiciais não encontraram indícios que justificassem avançar com acusações em 1993.

Já Roman Polanski, com quem trabalhou em "O Deus da Carnificina" (2011), foi condenado por violação de uma jovem de 13 anos em 1977, aceitando um acordo que o deixaria fora da prisão após cumprir uma pena de 42 dias. Alertado que o juiz no seu caso não aceitaria esse plano, abandonou os EUA e nunca mais regressou.

Sem mencionar os seus nomes, Kate Winslet revelou que tem "arrependimentos amargos" em relação a algumas das pessoas com quem trabalhou na sequência dos escândalos de abusos sexuais em que Hollywood mergulhou a partir de outubro do ano passado.

Visivelmente emocionada, referiu que quase se sentia "desconfortável" por receber o prémio esta altura, mas que isso dava "a oportunidade de dizer algumas coisas que são importantes para mim".

"Existem realizadores, produtores e homens de poder que durante décadas foram premiados e aplaudidos pelo seu trabalho muito conceituado, tanto por esta indústria como pelos espectadores. Na verdade, muitos atores viram a sua carreira florescer em parte por causa de papéis nos seus filmes. A mensagem que recebemos durante anos foi que era a maior honra receber propostas destes homens", referiu no seu discurso.

"Ao mesmo tempo que mulheres à volta do mundo e de todas as formas de vida marcharam no último fim de semana, uma vez mais juntas para falar contra o assédio, exploração ou abuso, percebi que não podia estar aqui esta noite e manter para mim alguns arrependimentos amargos que tenho pelas más decisões de trabalhar com pessoas com quem desejava não o ter feito", acrescentou.

"Tornou-se evidente para mim que, ao não dizer nada, posso estar a contribuir para a angústia de muitas mulheres e homens corajosas", continuou.

A atriz disse esperar que os debates à volta dos movimentos #MeToo e Time's Up continuassem a estar focados nas vítimas e não naqueles que perpetuaram os alegados crimes.

Presente no seu discurso também estava certamente o produtor Harvey Weistein, para quem trabalhou em "O Leitor", com o qual ganhou o Óscar. Quando esse escândalo explodiu em outubro, a atriz disse que apenas sabia que era uma pessoa muito desagradável e que por essa razão recusara agradecer-lhe publicamente quando ganhou o prémio da Academia.

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