A atriz húngara Zsa Zsa Gabor morreu este domingo aos 99 anos, depois de sofrer um ataque cardíaco, confirmou o seu marido.
Emocionado, Frederic von Anhalt disse à agência AFP que Zsa Zsa morreu em casa, cercada por amigos e pela família. "Estavam todos lá. Ela não morreu sozinha."
Da Hungria para Hollywood
Nascida em Budapeste em 1917, estreou-se em palco em 1936 numa opereta mas começou a realmente a dar nas vistas ao ser coroada Miss Hungria nesse mesmo ano.
Em 1941 emigrou para os Estados Unidos onde a sua beleza exótica lhe valeu alguns papéis de beldade europeia nas mais diversas produções de Hollywood.
Em 1947, teve uma filha, Francesca Hilton, do seu segundo marido, o magnata da hotelaria Conrad Hilton.
Em 1952, o musical “O Amor Nasceu em Paris”, de Melvyn LeRoy, e a comédia “Não Estamos Casados” deram-lhe os primeiros papéis secundários com alguma notoriedade e logo a seguir John Huston deu-lhe um dos poucos papéis de protagonista da sua carreira em “Moulin Rouge”, como Jane Avril.
No cinema e na televisão foi-se mantendo ativa ao longo das décadas, destacando-se em fitas como “Lili”, “Amores de um Canalha”, "Pepe", “O Valete de Ouros” e "A Sede do Mal", de Orson Welles.
Ainda assim, a sua verdadeira popularidade deveu-se não propriamente às suas prestações como atriz mas principalmente à sua movimentada vida social e afetiva, que encheu as páginas das revistas cor-de-rosa durante décadas.
Os seus nove casamentos deram muito que falar ao longo das décadas (um dos quais foi anulado), sendo que o último, com Frédéric von Anhalt, que dura desde 1986, lhe valeu o título (muito questionado) de Princesa Von Anhalt, Duquesa da Saxónia.
Mas o brilho do seu papel de socialite foi sendo sempre apimentado pelas várias graçolas que a atriz invariavelmente fazia sobre o amor e o matrimónio, que se tornaram altamente citáveis. Por exemplo, quando alguém lhe perguntou uma vez “Quanto maridos já teve?”, tornou-se célebre a sua resposta: “Além dos meus?”
Ela tornou-se assim uma das primeiras celebridades de Hollywood no sentido mais moderno da palavra, cuja fama não derivava propriamente de qualquer talento mas sim do simples facto de existir e de ter um estilo de vida de tal forma luxuoso e uma personalidade de tal forma extravagante que acabaram por suscitar a curiosidade de toda a gente.
Em 1989, Gabor fez manchetes depois de ter agredido uma agente da polícia que a tinha multado em Beverly Hills, e passou três dias na cadeia.
Em 2002, um acidente de automóvel deixou-a parcialmente paralisada e numa cadeira de rodas.
Três anos depois, em 2005, sofreu um derrame, e, em 2011, foi submetida à amputação de parte da perna direita.
As suas irmãs Magda Gabor e Eva Gabor também conciliaram a carreira de atriz com o percurso (muito mais intenso) de socialite e a acumulação de casamentos, para gáudio da imprensa de mexericos, que contabilizou um total de 18 divórcios entre as três.
A atriz completaria 100 anos de vida no dia 6 de fevereiro do próximo ano.
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