A atriz e cantora Maria Eugénia Pinto do Amaral deixará na memória de muitos o papel no filme "A Menina da Rádio", de Arthur Duarte em que contracenava com António Silva e Maria Matos. Morreu esta quinta-feira em Lisboa, aos 89 anos, confirmou à Lusa o filho da atriz, o professor e poeta Fernando Pinto do Amaral, que adiantou ainda que a intérprete faleceu no Hospital de Santa Maria, mas não avançou pormenores das exéquias, que "deverão realizar-se na sexta-feira ou sábado".
A carreira no cinema de Maria Eugénia foi curta mas incandescente: dois filmes portugueses e quatro fitas rodadas em Espanha no espaço de apenas quatro anos, antes de abandonar a vida artística em 1948, na sequência do casamento com o médico António Pinto do Amaral.
A carreira de Maria Eugénia começou como se de um filme de Hollywood se tratasse: em 1944, aos 16 anos, aceita participar no "casting" para o papel principal de "A Menina da Rádio", cujo elenco a anterior protagonista, a célebre Milú, abandonara para casar. O realizador Arthur Duarte escolhe-a e o filme é um sucesso, levando a reboque uma canção de êxito popular, "Sonho de Amor", que faz com que Maria Eugénia consiga encetar uma carreira paralela de cantora, nomeadamente nos programas radiofónicos da Emissora Nacional.
Duarte leva-a a seguir para Espanha, onde roda a co-produção "O Hóspede do Quarto 13", a que se seguirão outras três fitas rodadas no país vizinho: "Héroes del 95" (1946), "Quando os Anjos Dormem" (1947) e "Conflicto Inesperado" (1947), os dois últimos às ordens de Ricardo Gascón Ferré.
Ainda em 1947, regressaria a Portugal, novamente pela mão de Arthur Duarte, para participar no seu derradeiro filme, o muito popular "O Leão da Estrela", onde volta a fazer de filha António Silva, como já sucedera em "A Menina da Rádio", e tem como irmã Milú, a vedeta de quem recebeu o papel titular nesse filme e que entretanto voltara à vida artística após o fracasso do casamento.
Isso não sucederia a Maria Eugénia, que não mais deixou a vida familiar, mas continuou sempre a ser recordada com muito carinho pelos portugueses pelos seus papéis de menina doce e ingénua, tendo sido alvo de várias homenagens ao longo dos anos.
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