Shirley Temple morreu esta segunda-feira de causas naturais na sua casa em Woodside, na Califórnia. «Ela estava rodeada pela sua família e por quem tratava dela», pode ler-se num comunicado enviado pelo seu agente.
Ela foi a mais mítica estrela infantil da história do cinema, um verdadeiro prodígio que foi uma das mais populares e rentáveis estrelas da década de 30.
No mesmo comunicado salienta-se a sua «vida de conquistas notáveis enquanto atriz, diplomata e, acima de tudo, como mãe, avó, bisavó e esposa amada durante 55 anos».
A pequena atriz, dançarina e cantora de caracóis louros começou a sua carreira aos três anos de idade, surgiu em várias curtas e médias-metragens, e atingiu o estrelato aos seis anos, em 1944, como protagonista de «Sejamos Optimistas». Nos anos seguintes, protagonizou vários sucessos, como «Shirley Aviadora», «A Menina dos Caracóis», «Shirley, Anjo do Lar», «A Pequena Rebelde» ou «Shirley, Soldado da Índia», muitos deles a surgirem entre os filmes mais vistos do ano.
Hoje em dia, o seu filme mais recordado dessa época é «Shirley, A Mascote do Regimento», com um número musical lendário com Bill «Bojangles» Robinson.
Em 1935, com apenas seis anos, Temple recebeu um Óscar juvenil especial. É, até hoje, a mais nova atriz a ter recebido um prémio da Academia.
Na viragem para os anos 40, a sua sorte começou a mudar e a transição para os papéis de adolescente e adulta fez-se com dificuldade. Mesmo assim, fitas como «Desde que Tu Partiste», «Com Todo o Meu Coração» e «Forte Apache», de John Ford, provaram que o seu talento não diminuira.
Ao todo participou em 43 filmes e, ao perceber que não conseguiria manter em adulta o mesmo sucesso que tivera em criança, anunciou a sua retirada do mundo do cinema a 16 de dezembro de 1950, aos 22 anos.
Mas a sua carreira não parou, já que Temple voltaria depois a estar debaixo dos holofotes quando se candidatou ao Congresso norte-americano pelo Partido Republicano e quando foi embaixadora dos EUA no Ghana em 1974 e na Checoslováquia em 1989.
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