O filme "Serpentário", do realizador português Carlos Conceição, foi distinguido no festival de cinema Sicilia Queer, que terminou no dia 5 em Palermo, Itália, revelou esta segunda-feira a Agência da Curta-Metragem.
Carlos Conceição recebeu o prémio "Novas visões", com o júri a considerar que a longa-metragem "é uma obra pessoal e intemporal, capaz de representar as camadas invisíveis do passado e presente numa paisagem abstrata e pós-apocalíptica".
"Serpentário" é a primeira longa-metragem de ficção de Carlos Conceição e fez a estreia mundial em fevereiro no festival de Berlim.
Na altura, Carlos Conceição explicou à agência Lusa que "Serpentário" conta a viagem de "um rapaz que vagueia por uma paisagem africana pós-catástrofe, em busca do fantasma da sua mãe", um trabalho que volta a ter muito de autobiográfico.
"Trabalho sempre a partir de um ponto de vista pessoal sendo que o grau de metáfora vai mudando. A maioria das vezes estou a falar de uma determinada emoção ou sentimento, mas o filme é sobre uma coisa completamente diferente", contou.
Carlos Conceição nasceu e viveu em Angola até aos 21 anos. É no Lubango que a mãe continua a residir e para onde ele viaja, pelo menos, uma vez por ano. Tem uma relação “muito íntima e direta” com o país, disse.
O prémio italiano é atribuído a Carlos Conceição numa altura em que o realizador terá alguns filmes em retrospetiva em julho no festival Curtas Vila do Conde, entre os quais "Serpentário".
Carlos Conceição será "o realizador em foco" no festival, com a exibição ainda de três curtas: "Coelho mau", "O inferno" e uma versão inédita e remontada de "Versailles".
Carlos Conceição, que está a finalizar a longa-metragem "Adeus King Kong", novamente com o ator João Arrais, terá ainda 'carta branca' do festival para escolher filmes "que dialogam com o seu percurso e a sua obra".
O realizador estará no festival de Vila do Conde para apresentar os filmes e participar numa conversa com João Rui Guerra da Mata e João Pedro Rodrigues.
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