“Não parecia um conto de fadas. Na verdade, eu estava bastante nervosa”, conta Zegler, que protagoniza o remake do musical que já chegou aos cinemas portugueses.

Para conseguir o papel, Zegler submeteu um vídeo quando tinha 16 anos no qual cantava "I Feel Pretty", uma das canções mais célebres da produção. Depois disso, a atriz participou em oito ou nove audições ao longo de um ano.

"Saí de cada round a pensar: se o papel não for meu, mal posso esperar para ver este filme, e tive o dia de hoje, conheci estas pessoas incríveis, e talvez elas pensem em mim para outra coisa", diz a atriz, agora com 20 anos, em entrevista à AFP.

“Diverti-me muito e consegui a oportunidade de fazer o filme”, acrescenta.

Devido à pandemia, a longa-metragem levou mais de dois anos para estrear após o término das filmagens. Nesse intervalo, Zegler conseguiu o papel de Branca de Neve no recriação live action do clássico da Disney.

Agora no grande ecrã e lançada para o estrelato com um papel que pode até colocá-la na competição pelo Óscar, Zegler diz que não tem certeza como se sente ao tornar-se uma celebridade. “Ser conhecida é divertido”, comenta.

"Somos diferentes"

West Side Story
Ariana DeBose como Anita

A decisão de Spielberg de refazer o filme de 1961 atraiu críticas de muitos fãs que sentiram que não havia nada a melhorar.

Marcando um recorde para um musical, "West Side Story" venceu dez Óscares, incluindo o de Melhor Atriz Secundária para a porto-riquenha Rita Moreno, a primeira mulher latina a ganhar a estatueta pela sua atuação, que viria a tornar-se uma das poucas artistas a também ganhar um Emmy, um Tony e um Grammy, entrando no grupo de pessoas a que se chama EGOT.

As críticas à nova versão foram entusiásticas, com especial destaque para Zegler e Ariana DeBose, que interpreta Anita, o papel que era de Moreno em 1961.

Em relação às críticas que o original atraiu porque a sua protagonista, María, foi interpretada por uma mulher branca (Natalie Wood), e porque a pele de Moreno foi escurecida para ela interpretar Anita, o elenco de Spielberg foi considerado mais autêntico.

DeBose, que é afro-latina, diz que as suas raízes a ajudaram a recriar a personagem de uma forma diferente da versão de Moreno, que, agora com 90 anos, também faz uma participação no filme.

“Não foi intimidante porque somos diferentes. Claro que ela é um ícone, ela é amada. Mas por eu ser afro-latina, somos mulheres diferentes com experiências diferentes, e as minhas experiências informam essa personagem completamente”, explica DeBose.

"Caminho pelo mundo de uma maneira muito diferente. Então sinto que quando sabemos que temos algo a oferecer a uma personagem, nos agarramos a isso e tiramos o foco da pressão do legado de outra pessoa", acrescenta.

Zegler, que é de uma família colombiana, diz ainda: “Como latina, não poderia estar mais orgulhosa de fazer parte de um projeto que nos representa de forma tão bonita.”