Segundo Tiago Silva, o chefe de setor do laboratório ficou como fiel depositário do equipamento já que o conselho de administração da empresa está demissionário.

Tiago Silva acrescentou que o material não foi selado nem arrestado, tendo a polícia se limitado a verificar a permanência do material nas instalações da empresa.

Alegadamente a ocorrência fica a dever-se a dívidas de «leasing» ao Banco Bilbao Viscaya Argentaria (BBVA), disse ainda o representante dos trabalhadores. Tiago Silva acrescentou tratarem-se de dívidas em incumprimento há um ano.

Para o delegado sindical, os acontecimentos de hoje foram «um grande susto para os trabalhadores e confirmam os receios que têm demonstrado nos últimos tempos face ao inevitável agravamento da situação da empresa».

De acordo com os dados disponibilizados pelo secretário de Estado da Cultura perante a comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, o passivo da Tobis ronda os oito milhões de euros.

Segundo o governante, a Tobis, detentora dos mais antigos laboratórios cinematográficos portugueses, que há alguns anos se dedicam apenas à pós-produção, registou «um grande decréscimo do volume de negócios nos últimos tempos».

Perante a mesma comissão parlamentar, o secretário de Estado confirmou estarem a ultimar um processo de negociação que passa pela venda da Tobis, acrescentando que os trabalhadores serão os primeiros a ser informados.

Para sexta-feira está marcada uma assembleia geral da empresa para eleição dos novos corpos sociais.

A Lusa tentou ouvir o conselho de administração da Tobis – que está demissionário desde 6 de outubro- mas tal não foi possível até ao momento.

Com 96,4 por cento de capital do Estado, a Tobis, fundada há quase 80 anos, conta atualmente com 53 trabalhadores, depois de mais de uma dezena ter abandonado a empresa em 2009 e 2010.

@Lusa