Uma criança alienígena cai do céu e é adoptada por um casal que lhe  mostra as alegrias da vida. Cresce e floresce, defendendo o nosso  mundo com a sua força e coragem sobrenatural. Mas, e se esta criança tiver uma índole má ? E em vez de se tornar a esperança fofinha da humanidade, arrancar brutalmente maxilares e espetar vidros nos olhos de cidadãos desprevenidos, deixando o chão  repleto de sangue ?

Produzido e escrito pela família Gunn, Brian, Mark e James (o último realizador da saga "Guardiões da Galáxia"), "Brightburn" é uma versão sádica da maior  história de sempre de super-heróis.

Distorcendo o arco narrativo do Super-Homem, este filme de terror dá-nos a conhecer o tímido e volátil Brandon Breyer (Jackson Dunn). De garoto doce e cumpridor, Brandon passa a esquisito e assustador  num piscar de olhos. A puberdade atingiu-o, acham os pais Tori  (Elisabeth Banks) e Kyle Breyer (David Denman). Mas, influenciado por  forças sobrenaturais que o aguardam numa cápsula espacial, o que o  atingiu mesmo foi a vontade de ser um super-vilão. E ao contrário do Super-Homem, não parece existir kryptonite que nos salve.

Em "Brightburn", o realizador David Yarovevsky mistura a frieza de "O Génio do Mal" (1976) com as forças adversárias de "Crónica" (2012), e com algum "gore" à mistura, vai-nos fazendo desviar o olhar. Mas não nos vai fazer parar o coração, pois opta pela gratuitidade sanguinária em detrimento da adrenalina e das sensações que nos fariam questionar a origem do mal.

O salto psicológico de Brandon é intempestivo e mais do que um ser conflituoso, com crises graves de identidade, o filho dos Breyer acaba por ser um animal sociopata. A relação com os pais nunca é aprofundada e todos os restantes personagens ao redor são somente alvos da sua sinistra violência.

Assim, em vez de estarmos na ponta dos nossos lugares a torcer os dedos dos pés para dentro, damos por nós recostados para trás, frustrados por ver este conceito a desvanecer-se por falta de atmosfera de horror. Mas com um sorrisinho sádico nos lábios, contentes com a criatividade "slasher" a pingar do grande ecrã.

"Brightburn - O Filho do Mal": nos cinemas a 23 de maio.

Crítica: Daniel Antero

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