Bia fez parte do grupo Xaile, entretanto desativado, mas sentiu vontade de compor e escrever, e foi construindo com o músico e produtor Rui Filipe, que também esteve ligado ao grupo Xaile, este álbum que definiu à Lusa como “um disco autobiográfico, em que uma faixa não é igual à outra, e bebe muito da nossa cultura portuguesa”, notando-se as suas raízes açorianas.

O álbum levou quatro anos a concretizar, durante os quais Bia foi experimentando músicas, letras e explorando o seu lado interpretativo.

“O álbum surgiu de uma forma muito orgânica, natural, sem forçar nada, juntando sons, construindo os poemas, refletindo muita música respirada por nós, e também explorando um lado mais experimental”, disse Bia, de seu nome de registo Beatriz Noronha.

“Tertuliei com imensos artistas, amigos, poetas, entre eles, Aníbal Raposo, de quem não cheguei a musicar nenhum poema, mas que me influenciou muito”, disse.

“As canções são armas, e nós músicos transmitimos uma mensagem e temos o poder de chamar a atenção para certas coisas”, defendeu a cantora e compositora.

O disco é constituída por 13 faixas mais uma escondida, intitulada “Canto das estrelas”, de autoria, música e letra de Rui Filipe.

“O ‘Canto às estrelas’ é uma canção de embalar, que gostei muito, e não queria deixar fora do projeto, e decidi incluir como faixa escondida mesmo no final, pegada a ‘Carta de despedida’, como uma capacidade de sonhar, e por outro lado é um miminho que dou a quem compra o CD, pois não está disponível na versão digital”, disse Bia.

“Chi-Coração” também conta com a participação de outros músicos, além de Rui Filipe, que assegura o acordeão, teclados, programações, vozes, percussões e algumas das guitarras, participam Gustavo Roriz, na viola caipira, que Bia apresenta como ("a prima brasileira da viola da terra”, tradicional dos Açores, a Arquitectuna, grupo fundado pela própria Bia quando era estudante universitária, Cindy Gonçalves (violino), Sandra Martins (violoncelo e clarinete), André Reis (percussões) e Francesco Valente (baixo elétrico).

A parceria Bia/Rui Filipe assina a maioria das canções, mas há um poema de Alexandre Honrado, “Já te disse hoje?”, poemas de Maria Ceia, “Monopólio”, que abre o álbum, “Sou de uma ilha” e “Terelão-tão-tão”, e ainda temas tradicionais açorianos, “Tanchão/Lundum” e “Josézito”, e ainda uma canção de Pedro Osório, “Canção comercial”.

“Uma homenagem nossa ao grande maestro e criador, de quem o Rui Filipe era muito amigo, e que tivemos ainda hipótese de lhe mostrar, antes de ter morrido”, em janeiro de 2012.

Para a cantora, “este é um álbum de contrastes e sem medo, um disco de reflexão".

O álbum "Chi-Coração" é apresentado no sábado às 22h00 no espaço Vestigius, em Lisboa, na zona do Cais do Sodré.

@Lusa

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