"Abraçaço" foi editado no final de 2012 - ano em que o músico baiano completou 70 anos - e valeu-lhe, no ano passado, um Grammy Latino.

Gravado com a Banda Cê, com os mesmos músicos que imprimiram uma marca mais rock e elétrica do que acústica em "Cê" (2006) e "Zii & Zie" (2009), "Abraçaço" abre com o tema "A bossa nova é foda", na qual faz referência a João Gilberto, Carlos Lyra, Machado de Assis ou Vinicius de Moraes.

Do alinhamento fazem ainda parte "Estou triste", "O império da lei", feita a pensar em Dorothy Stang, missionária assassinada em 2005, no Pará, e "Um comunista", sobre o político e guerrilheiro Carlos Marighella.

Quando o álbum foi lançado no Brasil, Caetano Veloso explicou à imprensa que "Abraçaço" "tem essa reverberação, parece um eco, mais ainda quando escrito, esse a-ce-cedilha duas vezes. É como se fossem círculos concêntricos de abraços, que vão se expandindo. Não é apenas grande ou maravilhoso como é um golaço, por exemplo. É expansivo".

"'Abraçaço' foi um disco que me surpreendeu e intrigou. Recebo com alegria as reações positivas que ele provoca, mas sigo pensando que não o conheço direito. Ou não o entendo. Quando fizemos o show de lançamento, no Circo Voador, a intimidade da plateia com as novas canções me comoveu. Eu próprio não sabia quase nada de seus possíveis encantos", escreveu Caetano Veloso na semana passada, no blogue pessoal.

Tal como tem feito com regularidade com a restante discografia, Caetano Veloso também gravou e registou ao vivo "Abraçaço", em álbum e em DVD.

@Lusa