Cícero é um cantor e compositor brasileiro, do Rio de Janeiro. Licenciado em Direito, trocou a advocacia pela música e já é considerado um dos grandes nomes desta nova geração de MPB, ao lado de nomes como Silva, Mallu Magalhães e Rodrigo Amarante.
“Fico fazendo música o tempo todo”, confessou o compositor que já se encontra a preparar o seu terceiro álbum, que espera ter pronto até ao final deste ano, apesar de não ter certezas de datas de lançamento por motivos de logística e burocracia.
"Canções de Apartamento" (2011) e "Sábado" (2013) são os dois álbuns já editados de Cícero. O primeiro é uma junção de várias composições do artista e foi inteiramente gravado no seu apartamento, de forma independente e, depois, disponibilizado gratuitamente no seu site oficial. O segundo também partilhou estas duas últimas características e foi produzido pelo próprio artista juntamente com Bruno Schulz e Bruno Giorgi. Este segundo álbum distingue-se do primeiro por ter um carácter muito mais experimental, com mais instrumentais.
SAPO Música - Atuar em Portugal não é uma novidade para si. O que é que acha que distingue público português?
Cícero - Acho que o público português tem uma atenção especial, não sei se pela cultura, mas tem um olhar mais atento a detalhes. Noto pelo menos isso, tomam uma atenção maior aos arranjos, aos detalhes dos arranjos, aos detalhes das letras... No concerto não há só a comemoração do concerto em si mas também um olhar sobre o que está a acontecer de arranjos e de interação. Têm um olhar mais horizontal em relação ao que está a acontecer no palco. Aqui no Brasil, também há muito isso mas em relação aos discos, os concertos normalmente são uma celebração do momento. Em Portugal há essa atenção em relação aos concertos também.
SAPO Música - O Fusing, onde vai atuar em agosto, decorre na Figueira da Foz. Já teve a oportunidade de conhecer esta localidade?
Cícero - Não, nunca fui. Procurei no Google para ver fotografias e estou animadíssimo, achei lindo.
SAPO Música - O que é que tem de especial tocar num festival de verão numa zona perto da praia com sol? Influencia de alguma forma o concerto em si?
Cícero - Sim, sim. Acho que sim. O ambiente influencia bastante o concerto. Principalmente o facto das pessoas estarem sentadas ou em pé e irem de propósito para ver o meu concerto ou ser mais uma das atrações num festival, tudo isso influencia a relação do concerto em si. Eu acho que vai influenciar e nós estamos a pensar num concerto virado para essas características até porque eu nunca toquei num festival assim, um festival de praia com muitos tipos de atrações para além da música.
SAPO Música - Este concerto em especial será mais baseado no seu álbum mais recente ou vai ser mais uma mistura dos seus dois álbuns?
Cícero - Costumo tocar os dois discos com igualdade de importância. Dependendo do lugar, valorizo mais as musicas mais agitadas ou as mais paradas. Como é um festival, vou tocar as mais animadas mas dos dois discos. Aqui no Brasil já estou a a trabalhar num disco novo mas não sei se vou conseguir apresentá-lo em Portugal porque nesse concerto vou tocar com outra banda e teria de lhes ensinar as músicas novas, mas gostava de tocar, pelo menos, uma música nova aí.
O Fusing junta música, arte, desporto e gastronomia e vai realizar-se de 14 a 16 de agosto na Figueira da Foz, onde vai receber artistas como Noiserv, The Legendary Tigerman, Dead Combo e Primitive Reason, entre outros. Depois de uma primeira edição por onde passaram cerca de 20 mil pessoas, o evento vai contar com programação nacional e internacional apostando na novas tendências das várias áreas. A programação expande-se para lá do recinto principal, com várias atividades e intervenções a acontecer pela cidade.
@Joana Silva
Videoclip de "Tempo de Pipa":
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