O maestro, director artístico da Metropolitana, afirmou à Lusa que o período cronológico em foco – 1888-1945 - «é muito rico, com o surgimento dos nacionalismos musicais, no sentido da procura das raízes musicais populares e também das misturas sonoras» e a abertura da criação musical às Américas. Neste período o novo continente tornava-se um novo espaço, quer de criação quer de inspiração e influência criativa.
Para o maestro, o segundo andamento Concerto para piano em Sol Maior, de Maurice Ravel, «reflecte claramente a viagem que o compositor francês fez aos Estados Unidos e Canadá».
Sob a batuta de Cesário Costa, a Orquestra Metropolitana irá tocar, no domingo, às 13h00, o «Concerto para piano em Sol Maior», de Maurice Ravel, sendo solista o pianista sul-coreano Hyum-Jung Lim. Completa o programa, o «muito conhecido e popular «Bolero», também de Ravel».
O primeiro concerto que Cesário Costa dirige nos Dias da Música será no sábado, às 20h00, integrando o programa o «Concerto para Violino (opus 35)», de Erich Wolfgang Korngold, um compositor austríaco nascido em 1897 em Brno (atual República Checa) e que em 1934 fugiu do nazismo para os Estados Unidos, onde se dedicou também à composição de música para filmes.
Cesário Costa afirmou à Lusa que na peça escolhida, em que será solista Corey Cerovsek, «nota-se esta referência cinematográfica, visualizando-se por vezes a música». Esta será a primeira vez que o maestro português dirige uma peça de Korngold, compositor que Gustav Mahler elogiou, e que faleceu naturalizado norte-americano em Hollywood (Califórnia), em 1957.
O concerto de Sábado inclui ainda a suite de «Ópera dos Três Vinténs», de Kurt Weil, outra peça «emblemática» deste período com a introdução de instrumentos como o banjo, acordeão e percussões pouco habituais. O maestro referiu-se a esta peça como «fria e cáustica que contrasta com a música de Korngold que tem sido uma descoberta».
Cabe à Metropolitana e ao Coral Lisboa Cantat encerrar domingo, pelas 21h00, os Dias da Música com a peça de Richard Strauss, «Don Juan» (Opus 20) e uma versão reduzida de «Porgy and Bess», de George Gershwin.
«Trata-se de um programa que de alguma forma simboliza o que é o espírito destes Dias da Música com uma peça de 1888 e outra de 1935 que reflecte ritmos novos e é uma produção norte-americana, quando a primeira é da Europa, indo ao encontro do título desta jornada: «Da Europa ao Novo Mundo 1888 – 1945»», disse.
A participação nos Dias da Música é para os músicos e alunos da Metropolitana «um desafio», salientou o maestro que acumula a direção artística com a presidência da Associação Música, Educação e Cultura (AMEC), que tutela a Orquestra e as respectivas escolas e academia Superior de Orquestra.
Veja aqui a entrevista a Cesário Costa:
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