Cerca de meio milhar de tocadores são esperados no dia 30 na Barrenta, aldeia do concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria, para a 22.ª edição do Encontro Nacional de Concertinas.

O evento que perpetua um dos instrumentos musicais mais típicos da cultura popular, decorre no território do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, para onde atrai tocadores e visitantes de todo o país.

Segundo um dos organizadores, Ricardo Pereira, este ano são esperados à volta de 500 tocadores e vários cantadores ao desafio, além de alguns milhares de visitantes na aldeia que tem atualmente três dezenas de habitantes.

“O que nós vamos tentar, novamente, com o nosso encontro de concertinas, é que se consiga juntar um grande número de tocadores de todo o país a executar a concertina. E a perspetiva é a de que vamos passar novamente uma bela tarde e partilhar conhecimentos e histórias de um ano de concertinas”, disse, à agência Lusa.

Depois de juntar 550 músicos em 2022, a organização do Encontro Nacional da Barrenta espera atrair também músicos que há algum tempo não comparecem e, assim, “reunir boas condições para que seja um evento novamente memorável”.

“Este ano, também temos sentido alguma vontade em quem é exímio dessa arte de cantar ao desafio também vir até nós”, acrescentou Ricardo Pereira.

“Acima de tudo, queremos fazer que os grupos e tocadores todos tenham a oportunidade de tocar, independente da sua forma de executar ou do seu nível de execução. Queremos manter o encontro aberto a todos, onde todos se possam sentir bem e onde todos sejam enquadrados”, salientou.

Socialmente, esta festa da Barrenta revela-se também importante, tendo atraído, em 2022, 15 mil visitantes.

“Queremos que as pessoas tenham aqui um dia feliz, diferente e marcante nas suas vidas e no ano de trabalho. Para dar um pouco de ânimo às pessoas que, muitas vezes, passam dificuldades”, notou o organizador.

O primeiro encontro da Barrenta aconteceu em 2002 e envolveu cerca de 40 tocadores com “o objetivo de poder dar vida a uma aldeia que só por si iria desaparecer com o passar dos anos se nada fosse feito para ter alguma visibilidade”, recordou a organização, a cargo do Centro Cultural da Barrenta.