O festival AngraJazz, nos Açores, assinala 25 anos, em outubro, com Catherine Russell, Vijay Iver e a dupla Mário Laginha e João Paulo Esteves da Silva, entre os principais nomes do cartaz, anunciou hoje a organização.
“São 25 anos em que o AngraJazz se consolidou. Hoje faz parte do calendário nacional. Toda a gente que está ligada ao jazz ou que gosta de jazz em Portugal sabe que o AngraJazz existe e sonha em vir cá assistir ao AngraJazz”, afirmou José Ribeiro Pinto, da Associação Cultural AngraJazz, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.
“Temos também muitas pessoas que vivem no estrangeiro e que vêm cá também, alguns propositadamente. Isso também nos honra muito e diz da nossa importância no panorama do jazz”, acrescentou.
A 25.º edição do festival decorre de 2 a 5 de outubro, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
“Este ano são os 25 anos do AngraJazz e pensámos que devíamos comemorar essa data redonda condignamente e, por isso, decidimos alargar o festival por mais um dia. Vamos ter quatro noites de concertos, dois concertos por noite. Vamos ter oito grandes concertos”, frisou José Ribeiro Pinto.
Um dos principais destaques desta edição é o momento que junta em palco Mário Laginha e João Paulo Esteves da Silva, “os dois melhores pianistas de jazz portugueses”, segundo a organização, que “já não tocam jazz juntos há 20 ou 30 anos”.
“É um acontecimento nacional absolutamente extraordinário”, sublinhou o responsável da associação AngraJazz.
Os pianistas sobem ao palco do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, em 03 de outubro, no mesmo dia em que o quarteto da cantora norte-americana Catherine Russel, eleita pela revista Downbeat como a quarta melhor cantora de jazz do ano, atrás de nomes como Cécile McLorin Salvant e Samara Joy, que também já passaram pelo festival.
No dia 04, atua o trio do pianista e compositor norte-americano Vijay Iyer, eleito músico do ano em 2016 e 2018 pela revista Downbeat e nomeado três vezes para os Grammy.
Segue-se o pianista, acordeonista e compositor norte-americano Ben Rosenblum, com o seu sexteto Nebula Project, eleito, em 2020, o segundo melhor novo artista do ano pela revista Jazz Times.
Outro dos momentos altos do festival é o concerto que vai juntar em palco Ricardo Toscano, considerado “o melhor saxofonista-alto português”, e músicos do Conservatório de Angra do Heroísmo, que ocorrerá no dia 05.
“Vamos ter um grupo de cordas com 11 elementos, todos do conservatório, a tocar com o quarteto do Ricardo Toscano a música do Charlie Parker. Para nós é muito importante esta ligação com os músicos que tocam aqui em Angra”, salientou José Ribeiro Pinto.
No mesmo dia, atua o baterista e produtor norte-americano Ulisses Owens Jr., com o seu quinteto Generation Y, composto por talentos emergentes do jazz. O grupo é acompanhado pelo saxofonista italiano Francesco Cafiso, que tem trabalhado com músicos de renome internacional.
O festival arranca no dia 02 de outubro com a Orquestra AngraJazz, composta por músicos da ilha Terceira, desta vez acompanhados pelo saxofonista Perico Sambeat, “considerado um dos mais importantes músicos de jazz espanhol”.
No mesmo dia atua ainda o quarteto da saxofonista Camilla George, natural na Nigéria, mas residente desde criança em Inglaterra, que é “uma das grandes figuras hoje do jazz europeu e da cena londrina”.
Para além dos quatro dias de festival, a organização promove ainda o “Jazz na Rua”, de 27 de setembro a 05 de outubro, com espetáculos gratuitos em vários espaços da cidade, com três grupos locais e um nacional.
Com mais um dia de concertos, o festival aumentou o orçamento de 110 mil para 125 mil euros, contando com um reforço de financiamento da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, do Governo Regional dos Açores e de outros patrocinadores.
Para o vice-presidente do município, Guido Teles, o apoio é justificado pela projeção do festival a nível nacional e internacional e pela aposta na formação musical na ilha Terceira.
“É um dos principais eventos da agenda cultural da nossa ilha e da nossa região e até do nosso país nesta vertente do jazz. É um festival já completamente consolidado, com muito trabalho feito, reconhecido a nível nacional e a nível internacional pelos principais media especializados nesta vertente”, salientou.
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