"O nosso principal artista vai subir ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Belém, no dia 7 de maio, é Farruquito, neto do patriarca do baile flamenco único, Farruco", afirma o diretor do Festival, Francisco Carvajal, em comunicado.

Farruquito, de 31 anos, irá apresentar o espetáculo de baile "Improvisado" que, segundo o "bailaor" (expressão específica do flamenco para bailarino), representa "o regresso às suas origens, nas quais canto, guitarra e baile se fundem, com total liberdade, para criar um espectáculo distinto todos os dias".

Segundo a organização, no palco lisboeta far-se-á "uma viagem a um universo tradicional e mágico, uma arte de celebração da vida, em que o 'bailaor' e os seus músicos são o centro da criação artística, sem nenhum artifício, com a improvisação como fio condutor".

Farruquito estreou-se aos quatro anos na Broadway, em Nova Iorque, com o espetáculo "Flamenco Puro". Com a morte de Farruco, em 1997, tornou-se o patriarca da família, aos 15 anos, "responsável por perpetuar a linhagem", segundo a organização do Festival. Nesse mesmo ano criou o seu primeiro espectáculo, "Raíces Flamencas", no qual revelou, como dançarino, "uma nova dimensão que une tradição a um conceito artístico e pessoal prodigioso".

O Festival de Flamenco, no entanto, tem início bem antes da atuação de Farruquito, já este mês, no dia 27, no Instituto Cervantes, a Santa Marta, com a "Aula Enrique Morente-Linguagem e Flamenco", que falará sobre o papel das mulheres nesta arte de palco. Segundo a organização, será "uma aula para analisar os sentimentos que brotam da alma da mulher e se expressam, como em muito poucas artes, no Flamenco, através do canto, do baile e do toque". A aula repete-sde neste mesmo espaço, no dia 23 de outubro.

Esperanza Fernández é, segundo a organização do Festival, "uma das mais importantes vozes do Flamenco", atua no Teatro S. Luiz, no dia 16 de novembro. "Às suas qualidades já demonstradas junta-se um extenso repertório, desde a 'seguiriya' mais dramática aos tangos mais ciganos, bem como da sua versatilidade no momento de dar à voz estéticas musicais bem distintas", segundo a mesma fonte.

O calendário do Festival tem ainda previsto a exposição de fotografia "Flamencuras", de Diego Gallardo Lopez, no Altis Grand Hotel, a partir de 06 de maio e, nesse mesmo dia e nesse mesmo local, jantar e baile com Isabel Rodriguez, apresentando-se a dieta mediterrânica como cardápio, que tem "como base, o azeite, as frutas e verduras frescas, os cereais, o peixe azul, o cordeiro, as aves de capoeira e um pouco de vinho", como se refere a organização à temática gastronómica que será apresentada.

No dia 29 de outubro, sobe ao palco do S. Luiz o Trio de Jorge Prado, eleito, no ano passado, o melhor músico de jazz europeu pela Academia da Música francesa.

Este é o sétimo Festival de Flamenco realizado em Lisboa, uma iniciativa da associação cultural sem fins lucrativos Flamenco Atlantico, que, entre outros objetivos, visa "a divulgação e o conhecimento dos 'maestros' ["mestres"] e artistas flamencos, da sua obra e das suas produções", segundo divulga no seu portal na Internet.

Desde 2008 pelo Festival de Flamenco passaram nomes como Enrique Morente, Matilde Coral, Pepe Habicuela, Miguel Poveda, Carmen Linares, Javier Barón, Cañizares e Familia Vargas, entre outros.

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