O músico e compositor Jorge Fernando celebra 50 anos do fado “Boa noite, solidão”, celebrizado por Fernando Maurício, com um concerto “muito especial” a realizar em outubro em Lisboa, anunciou a assessoria do artista.

“Passaram-se 50 anos desde que o menino, então com 16 anos, sentiu dentro de si o isolar da alma numa solidão que agora se quer repartir no dia 14 de Outubro no Tivoli BBVA. Um espetáculo em que Jorge irá passar por todos os seus maiores sucessos e celebrar a sua longa carreira com todos os seus fãs de várias gerações e deixa mote: ‘Entre nesta Solidão, não fique sozinho’”, lê-se no comunicado hoje divulgado.

Jorge Fernando, “um dos cantautores mais acarinhados de Portugal”, “acompanhou Amália pelo mundo, escrevendo sempre para os maiores nomes do Fado: Fernando Maurício, Ricardo Ribeiro, Camané, Ana Moura e Mariza”.

“A solo, esgotou várias salas internacionais, afirmando-se hoje como um ícone no fado”, é salientado no comunicado.

Os bilhetes para o espetáculo no Tivoli, cujo preço varia entre os 15 e os 25 euros, já estão à venda.

Jorge Fernando deu os primeiros passos nas lides musicais na banda Futuro, mas fascinou-se pelo fado quando, por acaso, conheceu o fadista Fernando Maurício (1933-2003) para quem escreveu, e que acompanhou à viola, vindo mais tarde a fazer parte do grupo de acompanhadores de Amália Rodrigues.

Autor de temas como “Quem Vai ao Fado”, “Lua Feiticeira Nua”, “Umbadá”, “Trigueirinha”, gravou os primeiros discos a solo na década de 1970 para a discográfica Alvorada.

Em 1989, editou o primeiro álbum totalmente dedicado ao fado, “Boa Noite Solidão", no qual contou com as colaborações de Fernando Maurício, seu ídolo desde os 16 anos, quando se conheceram, mas também Maria da Fé e José Manuel Barreto.

Na década de 1990 iniciou-se como produtor discográfico, tendo produzido os álbuns “Notas Sobre a Alma”, de Paulo Bragança, e “Notas à Guitarra”, de António Pinto Basto.

Desde então assumiu a produção de álbuns de diferentes intérpretes, entre os quais Mariza, Ana Moura, Fábia Rebordão, Filipa Cardoso e Miguel Ramos.

Jorge Fernando divide a carreira entre os projetos a solo, parcerias com outros músicos, produção e o projeto de uma discográfica com o fadista José Gonçalez e o empresário Luís Montez, no âmbito da Rádio Amália.

Da sua vasta discografia destacam-se álbuns como “Enamorado” (1985), “Oxála” (1993), um dos mais aclamados pela crítica musical, “Rumo Ao Sul” (1999), o livro/CD "Terras do Risco", projeto do pianista italiano Arrigo Cappelletti, com poemas de Fernando Pessoa, Mário Sá-Carneiro e Eugénio de Andrade, e “Fados de Amor & Raiva” (2008), entre outros.

O músico, em declarações à Lusa em outubro de 2012, disse que se emociona sempre que sobe a um palco, e não escondeu o orgulho de já ter atuado, entre outros, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no Carnegie Hall, em Nova Iorque, e no Concertgebouw, em Amesterdão.

Jorge Fernando já gravou e atuou com músicos como Argentina Santos, Fausto, Guilherme Banza, Patxi Andión, Ricardo Ribeiro, Custódio Castelo e Gustavo Ruiz, entre muitos mais.