“Tecla Tónica” é o título do documentário que desde finais de 2014 ocupa os dias de Eduardo Morais, documentarista que quer agora apresentar “o lado B" do seu "primeiro documentário ['Meio Metro de Pedra'], com uma pesquisa na vertente mais eletrónica”, disse o realizador à agência Lusa.

O documentário que “explora a alquimia da música eletrónica em Portugal” vai centrar-se em cerca de quatro dezenas de entrevistas aos pioneiros deste tipo de música, entre os quais Eduardo Morais destaca “José Cid ou Vítor Rua”, este último um dos elementos dos GNR e posteriormente do duo Telectu, com Jorge Lima Barreto.

Entre os entrevistados, adianta o autor, há a registar surpresas como “o maestro [Miguel] Graça Moura que, antes de ser conhecido por esta vertente erudita, teve uma incursão no pop rock“ integrando a banda Pop Five Music Incorporated.

Além dos artistas, sintetizadores raros e equipamentos mais modernos serão outras "estrelas" do documentário que mostrará, por exemplo, “um EMS Synthi AKS, que será muito provavelmente o único existente em Portugal”, referiu o autor.

O documentário “Tecla Tónica” será, pela primeira vez na carreira do autor, distribuído em formato promocional por um patrocinador que financiou a totalidade do projeto, orçado em cerca de cinco mil euros.

A obra deverá estar concluída em julho e “será estreada em setembro”, concluiu Eduardo Morais.

Eduardo Morais, natural das Caldas da Rainha, estreou-se na rodagem de documentários independentes como “Meio metro de Pedra”, sobre o rock'n'roll português, desde o fim da década de 1950 até à atualidade.

O seu segundo trabalho, “Música em Pó”, foi dedicado aos colecionadores de discos de vinil e, no ano passado, o autor produziu “Uivo”, dedicado ao radialista António Sérgio, considerado um dos expoentes da divulgação da música alternativa em Portugal.

@Lusa