O britânico Brendan Perry explicou à Lusa que ele e a australiana Lisa Gerrard, recentemente reunidos com novo álbum passados 16 anos sobre o último, “nunca” estão “absolutamente na mesma página”, ainda que compreendam “qual a direção que a música deve seguir, sem sempre concordar na forma de lá chegar”.

“Os caminhos que seguimos normalmente não são os mesmos, mas parecemos chegar ao mesmo destino mais tarde ou mais cedo”, afirmou Perry, sublinhando que o processo criativo do novo registo, “Anastasis”, foi semelhante aos anteriores, com particular influência das culturas turcas e gregas.

No passado mês de outubro, os Dead Can Dance, que agora sobem ao palco do Optimus Primavera Sound, atuaram na Casa da Música, onde o público jovem marcou presença de forma significativa, o que não surpreendeu Perry, uma vez que recebe vários e-mails de pessoas que dizem utilizar a música do grupo para sonorizar eventos como o nascimento dos filhos, que acompanham o trabalho da banda a partir daí.

“A nossa música é bastante clássica. Não ficou datada pela moda. Pode ir à década de 1980, 1990, 2000, nunca quisemos fazer música que fosse da moda ou daquele tempo, quisemos fazer música da imaginação, da mente, derivada de culturas antigas”, disse o músico.

Perry reconhece que as condições para um concerto de Dead Can Dance ao ar livre não são as ideais, mas garantiu que estão preparados para adaptar o espetáculo às circunstâncias envolventes.

O músico disse que já está a ser trabalhado novo álbum de Dead Can Dance, com lançamento previsto – “se tudo correr bem" – para o próximo ano.

Os Dead Can Dance atuam às 22:10 no Parque da Cidade, no Porto, na quinta-feira, primeiro dia do Primavera Sound.

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