O Vale Perdido, que decorre entre 15 e 19 de novembro na Igreja St. George, no B.Leza, na LISA e no novo complexo multidisciplinar 8 Marvila, nasceu do desejo que os programadores Sérgio Hydalgo, Joaquim Quadros e o produtor Gustavo Blanco tinham de “convidar, partilhar e apresentar música que fosse eclética, que em termos de estilo fosse bastante abrangente, mas que tivesse um denominador comum de ser bastante aventureira”, contou o primeiro à agência Lusa.

Embora Lisboa tenha “uma atividade cultural bastante efervescente, sobretudo no universo da música”, os três foram sentindo nos últimos tempos essa necessidade de criar um novo evento.

Em comum tinham também a vontade de trazer a Lisboa alguns artistas que nunca tinham tocado em Portugal, “nomeadamente FUJI||||||||||TA, um artista sonoro e compositor japonês, que desenvolve os seus instrumentos, e Joanna Sternberg, que escreveu um dos discos de canções do ano, um disco de canções bastante diretas, mas bastante vulneráveis”.

Sérgio Hydalgo lembrou que, antes de tocar em Lisboa, a artista norte-americana “vai atuar em alguns dos maiores festivais da Europa, nomeadamente o Pitchfork Festival, em Londres, e o Le Guess Who, na Holanda”, naquelas que são as suas primeiras datas na Europa.

O compositor japonês atua no dia 15 na igreja de St.George, antecedido de Polido, e Joanna Sternberg no dia 16 no B.Leza, com Maria Reis a assegurar a primeira parte.

Depois de FUJI||||||||||TA e Joanna Sternberg foram surgindo nomes de outros artistas, que foram demonstrando a necessidade de “encontrar uma coerência dentro da diversidade”.

Por isso, nos dias 17 e 18 de novembro, o Vale Perdido instala-se no 8 Marvila. “Vamos apresentar uma noite de música de ‘clubbing’, música de dança mais expansiva, e com um cabeça de cartaz que é o Luke Vibert, um ícone deste género musical. E antes disso vamos apresentar uma noite também de concertos, com propostas que englobam uma banda do Uganda [Nihiloxica], que faz uma revisitação da música tradicional daquele país, as e as Batucadeiras [das Olaias], que são um tesouro nacional”, explicou Sérgio Hydalgo.

No dia 17, além dos Nihiloxica e das Batucadeiras das Olaias, atuam também Kléo e Patrícia Brito, ambos em DJ Set.

A programação para dia 18 inclui ainda DJ Caring, Ricardo Grüssll, Tadas Quazar e Violet.

O Vale Perdido termina no dia 19, no LISA, com um espetáculo que junta o baterista Gabriel Ferrandini e o artista multidisciplinar Xavier Paes. Nesse dia também atua DJ A:di.

“O desejo de podermos apresentar estas propostas - novos discos, estreias nacionais, colaborações inusitadas - como é o caso do Gabriel Ferrandini e do Xavier Pais –, fez-nos crer que era urgente podermos criar este novo lugar de partilha e de celebração de música que é o Vale Perdido”, disse Sérgio Hydalgo.

Olhando para o cartaz deste primeiro Vale Perdido, percebe-se que “existe uma narrativa do primeiro ao quinto dia, uma espécie de viagem que começa com música mais ambiental e termina de forma contemplativa, e vai oscilando com todo o tipo de propostas, das mais expansivas às canções”.