Na noite de encerramento André Tentúgal e os seus We Trust, tocaram no palco MEO, enquanto o sol se punha. Acompanhado por um quarteto de cordas e outros elementos de orquestra, a música de Tentúgal tem nova personalidade, música pop bonita com um toque de requinte e o indie de que o artista é militante.
“We are the ones”, “Tell Me Something” e o refrão de “Dreams” dos Fleetwood Mac levaram o público a acompanhar os We Trust mesmo pelas músicas que são menos reconhecidas.
“Time (Better Not Stop)” e a despedida calorosa de André Tentúgal, foram os doces guardados para o final.
Sónia Tavares, a primeira front woman do dia, pisou o palco, brilhante, sorridente, na sua bolha de entusiasmo e força contagiante, pronta para dar todas as alegrias à plateia.
Primavera” aqueceu a noite que de Verão (ainda) não tinha nada. De coroa na cabeça, Sónia liderou os The Gift por temas como “Driving you slow”, “Fácil de Entender” com uma pitada de “Ao Soldado Desconfiado” dos colegas GNR, “Music”, “Ok! Do You Want Something Simple?” e “RGB” – mais conhecida como a música da EDP – em dose dupla. A energia ideal para preparar o coração para o que estava para vir.
Beth Gibbons, Geoff Barrow e Adrian Utley subiram ao palco às 23 horas. Gibbons, com o seu passo lento e postura curvada, entrou em cena com uma saudação envergonhada.
A qualidade sombria e gélida do ambiente que envolve a música do trio britânico é única! Puxa-nos a atenção e arranca-nos um pedaço do coração, que devolve devagarinho, dissecado por notas musicais fundamentais.
Canções cronometradas, segundo a segundo, com o compasso marcado pela voz de Beth, o som forte da bateria e o trip hop do sintetizador.
Entra "Machine Gun" de rompante, com toda a sua agressividade mecânica e os lamentos de Gibbons. Um timbre tão singular, capaz de deixar a pele arrepiada do frio, ainda mais sensível! Não falta tempo ou espaço para a crítica social, com imagens de rostos reconhecidos a nível planetário.
"Glory box" e “Sour Times” - de Dummy, o disco que lhes valeu um Mercury Music Award em 1995 – receberam grandes reações. Pelo meio do alinhamento, o público perdia a atenção com facilidade com poucos militantes de Portishead a segurar a intensidade vinda do palco MEO.
“Thank you so much. Obrigada” despediu-se Beth Gibbons, na interação que a plateia tanto desejava, momentos antes do encore. A espera foi breve, assim como a chuva que visitou a Praia do Cabedelo, e “Roads” chegou para salvar a noite. “We Carry On”, de tonalidades experimentais, celebrou um casamento com o épico, que nunca terá fim.
Cinco minutos antes da hora prevista, as luzes acendem-se para ver Joss Stone chegar. Recebida num mar de aplausos, espalhados por 25 mil pessoas, a cantora de vestido preto e pés descalços apresentou o concerto da sua Total World Tour.
"Olá! I've missed you guys", a Joss excecionalmente simpática, pronta a fazer da noite uma verdadeira celebração.
A voz de pele negra e quente, com aquele arranque soul, explorou canções como "Teardrop", mais recentemente conhecida pela voz de Romy Madley Croft dos The XX, um original de Womack & Womack.
Há músicas novas de um disco que está prestes a chegar, estreadas em solo nacional, que mostram o lado moreno e latino de Joss Stone.
"How do you say i love you", questiona a cantora inglesa, ao qual vozes másculas respondem um gigante "amo-te".
"You had me", "Super duper love", "Big Ol'Game", "Tell Me What We Gonna Do Now" , "Fell In Love With a Boy", continuaram o bailarico, romântico, jazzístico.
Brindou a Portugal, fez serenatas e o publico cantou-lhe "Right to be Wrong”, palavra por palavra, já no encore.
Joss sai de cena com uma coroa de flores e uma mensagem: "Feel good, love music, it will definetly love you back"!
O público da primeira fila, reagiu assim:
Boas noticias: a edição de 2015 do MEO Marés Vivas já está confirmada, para dia 16, 17 e 18 de Julho. Contamos com mais regressos exclusivos, menos chuva, hinos personalizados e a mesma dose de felicidade para partilhar.
Texto: Mónica Pires
Fotografias: Marta Ribeiro
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