As receitas de música gravada atingiram no ano passado 69,17 milhões de euros, a maioria dos quais (46,7%) provenientes do streaming, de acordo com dados disponíveis no relatório anual do mercado discográfico de 2024, da Associação de Gestão de Direitos de Produtores Fonográficos (Audiogest), enviado à Lusa.

O streaming registou em 2024 um aumento de 19%, face ao ano anterior, passando dos 27,113 milhões de euros para os 32,295 milhões.

“Não obstante o comportamento francamente positivo do mercado musical nacional, em 2024, não podemos deixar de assinalar que a taxa de penetração das subscrições de streaming pagas pelo utilizador, bem como a sua percentagem face ao total do mercado de vendas, está ainda aquém das médias europeias e globais”, lê-se no relatório.

De acordo com a Audiogest, os streams suportados por anúncios representam 73% do total de receitas naquele formato, e os que são suportados por subscrição 27%.

Também o mercado físico apresentou crescimento, tendo registado um aumento de 2% em 2024, face ao ano anterior, passando de 8,811 milhões de euros para 8,994 milhões.

Este aumento deve-se sobretudo à venda de álbuns em vinil, que cresceu 7% em 2024 (de 5,804 milhões de euros para 6,225 milhões) que compensam a quebra de 6% na venda de CD (de 2,890 milhões de euros para 2,722 milhões).

O top de vendas de 2024, tendo em conta a maioria das plataformas de streaming e algumas lojas, é liderado por artistas portugueses, tanto em singles como em álbuns.

“Tata”, de Slow J, foi o tema que mais vendeu no ano passado, seguido de “Beautiful Things”, do norte-americano Benson Boone, e de “Bênção”, que junta os portugueses Mizzy Miles, Bispo e Van Zee.

O Top 10 inclui ainda mais dois temas portugueses: “Alô” e “Habibi”, ambos de Dillaz, sendo o primeiro um dueto com Plutónio.

Já o álbum mais vendido, tanto em formato físico como digital, foi “O próprio”, de Dillaz, seguindo-se “Afro Fado”, de Slow J, e “Do.mar”, de Van Zee.

O Top 10 dos álbuns mais vendidos em 2024 inclui mais dois álbuns portugueses: “Carta de Alforria”, de Plutónio, e “Trovador”, de Ivandro.