O volume da música dos concertos e discotecas costuma ser muito alto, assim como o som dos auriculares dos dispositivos de áudio ou smartphones.

Segundo dados recolhidos pela OMS, cerca de 50% dos jovens entre os 12 e os 35 anos de países com rendimentos médios ou altos expõem-se a níveis sonoros muito fortes.

"Cada vez mais jovens correm o risco de sofrer danos auditivos. Têm de ser conscientes de que a audição, uma vez perdida, não volta", afirmou na passada sexta-feira a doutora Shelley Chahda, da OMS.

Uma exposição a níveis sonoros muito altos e de forma prolongada pode provocar danos irreversíveis.

Nos locais de trabalho, o ruído não deve superar os 85 decibéis para um máximo de oito horas diárias de exposição. 85 decibéis é o ruído que uma pessoa ouve quando está dentro do carro no trânsito em hora de ponta.

Muitos funcionários que trabalham em discotecas, bares ou na organização de eventos desportivos enfrentam níveis que chegam aos 100 decibéis.

Segundo a OMS, uma pessoa não deveria estar exposta a um som como esse mais de 25 minutos por dia.

O organismo recomendou algumas medidas preventivas. Os adolescentes devem reduzir o volume dos seus dispositivos de áudio e telefones, evitar utilizá-los mais de uma hora por dia, usar tampões nos ouvidos nos locais muito barulhentos e fazer intervalos. Também devem acompanhar o estado da sua audição e realizar exames regulares.

A OMS também recomenda que os governos imponham rígidas medidas normativas sobre o som nos lugares públicos e pede que os donos de discotecas e bares baixem o volume da música.

Cerca de 360 milhões de pessoas sofrem algum tipo de dano auditivo no mundo. Tal ocorre devido a diversos fatores, como doenças infecciosas, genéticas, complicações durante o parto, uso de certos medicamentos, ruído ou envelhecimento.

@AFP